26 de agosto de 2009

GENERAL, O SENHOR PODERIA DORMIR SEM ESSA!

Os militares assistem, com espanto contido e silencioso, como convém à classe, a “saia justa” em que se enfiou o General Félix, Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, em face do imbróglio em que se meteu o órgão que chefia, por conta das gestões do Governo Lula para apagar os rastros da suposta reunião entre Dilma Roussef e Lina Vieira, onde a Ministra teria sugerido à então Secretaria da Receita Federal a “agilização” do processo contra Fernando, filho do Senador Sarney.
Embora contrária ao jogo democrático, a preocupação institucional em surrupiar informações à opinião pública tem razão de ser, uma vez que a confirmação do encontro pode acarretar graves prejuízos ao projeto de Lula de fazer “a mãe do PAC” sua sucessora.
Furto-me de analisar o aspecto político da questão. Prefiro debruçar-me sobre um viés estritamente castrense, que consiste no fato de um oficial que atingiu o ápice de uma carreira que prima por valores pisoteados à exaustão pela classe política e cujo Estatuto preconiza, como primeira premissa da ética militar, “amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal”, se submeta a interesses espúrios, contribuindo para jogar uma cortina de fumaça sobre os fatos.
Não há como crer que não existam registros dos visitantes do Palácio do Planalto no mês de dezembro passado! Qualquer recruta sabe disso! Se, numa improvável demonstração de incompetência, os arquivos de vídeo foram apagados, como diz o GSI, certamente restarão registros escritos diários, que poderão comprovar (ou não) as visitas de Lina ao Planalto naquele período.
É constrangedor para os militares assistir políticos como Ronaldo Caiado e Álvaro Dias fustigarem um general de quatro estrelas, exigindo (com razão) explicações sobre as informações fornecidas, cópia do contrato com a empresa de segurança e articularem a convocação do ministro pela Câmara para dar explicações.
Não há meio termo: ou o General Félix vem a público e, “duela a quien duela”, presta as informações que a sociedade exige, ou estará avalizando procedimentos que envergonham a classe militar e que passam longe dos preceitos de ética e moral que lhes são tão caros.

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