11 de julho de 2012

Austrália: 847 casos de abusos sexuais nas forças armadas

Relatório foi encomendado pelo Ministério da Defesa
O Governo da Austrália tornou público esta terça-feira um relatório com 847 casos de violações sexuais, assédio e outro tipo de abusos, envolvendo também menores, denunciados nas forças armadas, desde a década de 1950.

O documento, elaborado pela firma de advogados DLA Piper e encomendado pelo Ministério da Defesa, analisa 847 acusações, tendo a mais antiga sido apresentada por um homem, que foi alegadamente vítima de abusos quando tinha 13 anos em 1951.
Uma das alegadas vítimas relatou que um alto oficial da marinha tentou violá-lo duas vezes na década de 1960, ameaçando atirá-lo "borda fora" caso o denunciasse, enquanto outra pessoa que se juntou à marinha na década de 1970 declarou ter sido abusada sexualmente com o cabo de uma vassoura, entre outras brutalidades.
De acordo com o primeiro capítulo do relatório de 1500 páginas, os diversos governos e as forças armadas australianas fracassaram no dever de proteger os menores e os jovens devidamente durante todo este tempo.
No texto solicita-se que seja aberta uma investigação governamental aos 24 alegados casos de violação perpetrados nas forças armadas na década de 1990, por se considerar que estes não foram investigados de forma adequada.
"É possível que os cadetes do sexo masculino que violaram as companheiras na ADFA [Academia Australiana das Forças Armadas] no final da década de 1990 e outros cadetes que foram testemunhas destas violações e não intervieram se encontrem em cargos intermédios e altos nas forças armadas", aponta ainda o relatório.
O documento contempla também a possibilidade de muitas das vítimas terem evitado denunciar os seus casos, com receio de não serem ouvidas, sobretudo quando a ofensa foi alegadamente cometida por superior hierárquico.
O ministro da Defesa, Stephen Smith, garantiu aos jornalistas, na cidade australiana de Brisbane, que o relatório aborda casos "profundamente sensíveis", razão pela qual o governo se pronunciará em breve sobre as decisões a tomar.
CORREIO da manhã/montedo.com

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