Não é nenhuma novidade que as Forças Armadas vêm há anos desenvolvendo um serviço de inteligência no Rio de Janeiro com vistas a produzir um mapeamento crítico do crime organizado no Estado. Embora os membros da inteligência do Exército que fizeram parte dos grupos de militares enviados para as ruas para reforçar a segurança durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos tenham encontrado forte resistência na cúpula da Polícia Militar no compartilhamento de informações sobre criminosos e seus pontos de atuação, um volume monstruoso de informação tem sido acumulada pelos setores de inteligência das Forças Armadas, desde então.
O Exército possui a informações valiosas sobre sobre abrigos, esconderijos de drogas e armas, rotas de fuga e até mesmo perfis de criminosos acima de qualquer suspeita. Inclusive nas Polícias Militar, Civil e nos Bombeiros.
O General Braga, que assume todas as atribuições relacionadas à Segurança Pública no estado, terá também o controle sobre os órgãos de inteligência mantidos pelas forças policias e Secretaria de Segurança Pública do Rio. Essas informações serão cruzadas com dados de inteligência das Forças Armadas e formarão um fabuloso banco de dados, algo crucial para o sucesso do planejamento das primeiras operações das forças de ocupação.
Resta saber qual será o procedimento das Forças Militares quanto aos comandantes de batalhões da PM, apontados pelo ministro da Justiça Torquato Jardim, como "sócios do crime organizado" e as milícias que atuam em bairros e cidades da região metropolitana do Rio explorando negócios como a venda de gás de cozinha, TV à cabo clandestina, cobrança de comissões sobre negócios com imóveis e venda de segurança para as comunidades.
As milícias do Rio são organizações militares ou paramilitares compostas por policiais e ex-policiais militares e civis que recrutam bandidos nas comunidades e estabelecem próprias de convívio e obrigações dos moradores.. As milícias podem ser organizações oficiais mantidas parcialmente com recursos do Estado ou em parceria com organizações criminosas. A tolerância das Polícias do Rio com a atividade das milícias em comunidades é apenas mais uma frente de combate à criminalidade que deve ser enfrentada pele General Braga. Como ficam as milícias do Rio com intervenção?
IMPRENSA VIVA/montedo.com