1 de outubro de 2013

Cadete que provocou acidente é autuado por tentativa de homicídio e recebe voz de prisão

Cadete que dirigiu na contramão na Via Dutra recebe voz de prisão
Felipe Duarte de Oliveira está sob escolta da Academia Militar.
Ele provocou acidente na altura de Resende, RJ.
Carro de Carlos Alberto Martins de Souza ficou danificado após acidente na Via Dutra (Foto: Vinicius Lima/G1)
Cadete bateu de frente com o carro em que estava uma família. (Foto: Vinicius Lima/G1)
Dicler de Mello e Souza (dicler.mello@diariodovale.com.br)/G1 Sul do Rio e Costa Verde

Resende (RJ) - O cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) Felipe Duarte de Oliveira, de 23 anos, que desde domingo (29) está internado em estado grave no Hospital Samer, em Resende, recebeu voz de prisão e está sob a escolta de soldados de Exército. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio pela delegada adjunta da 89ª DP, Erica Júlia Batitucci, pelo acidente ocorrido na manhã de domingo, quando o carro que dirigia entrou na contramão no quilômetro 306 da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), próximo ao bairro São Caetano, e atingiu outro veículo, deixando mais sete pessoas feridas.
Ele - que dirigia um Prisma - bateu de frente com o Fiesta, placa LLM-2608, conduzido por Carlos Alberto Martins de Souza, 56 anos, que viajava com a família de Volta Redonda, onde mora, para Aparecida, em São Paulo. Além de Carlos Alberto, também ficaram feridos a mulher dele, Maria Gomes Santos Souza, 51 anos; a nora, Luzia Maganha Vargas de Lorena, de 26; e a neta Antônia, de dois meses. O filho do motorista, Thiago Alberto Gomes de Souza, 29 anos, não se feriu. Eles foram socorridos no Hospital de Emergência de Resende, onde Maria Gomes continuava internada.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal apuraram no local que Vanessa Roberta Dinis e Mailana Lovson Pimenta, ambas de 19 anos, e uma adolescente de 17 estavam no veículo de Felipe. Ela também ficaram feridas e foram levadas para um hospital particular da cidade.
Elas, junto com o cadete, estavam saindo da Exapicor (Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial). Os agentes da PRF foram informados de que o cadete teria ingerido bebida alcoólica. Por causa disso, a delegada solicitou ao hospital onde o militar está internado que fosse coletada uma mostra de sangue de Felipe para que seja feito um exame para saber se ele dirigia embriagado quando bateu no Fiesta.

Explicação
A justificativa da delegada para autuar o cadete por tentativa de homicídio foi o fato de ele ter percorrido alguns quilômetros na contramão pela Via Dutra e provocado o acidente. Felipe será transferido para a prisão da Aman quando tiver alta do Hospital Samer, onde foi submetido a uma cirurgia de emergência. 
- Além de colocar em risco as vidas da família que estava no outro carro, o cadete também colocou em perigo a vida de quem estava no seu veículo. Foi um ato inconsequente do militar, pois ao conduzir o veículo por alguns quilômetros na Via Dutra, com intenso fluxo de veículos, ele assumiu o risco de causas várias mortes - argumentou a policial .
Segundo Thiago Alberto Gomes, o impacto do acidente foi tão forte que arrancou a suspensão, o para-brisa e uma das portas do Fiesta. 
- O Prisma surgiu rapidamente na contramão e eu gritei para que desviasse. Contudo, o carro do cadete estava em alta velocidade, e meu pai não conseguiu evitar a colisão. O Prisma bateu de frente no Fiesta, que foi projetado para o acostamento e subiu o canteiro da rodovia. Já o Prisma bateu ainda na divisória do canteiro central.
Leia também:
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A assessoria da Aman informou hoje que está acompanhando o caso e dando assistência ao cadete e aos seus familiares, e colaborando com as investigações da Polícia Civil. A assessoria ainda divulgou que aguarda as decisões das autoridades competentes e que colaborará com todas as ações para elucidar os fatos.
"Caso o militar tenha incorrido em qualquer desvio de conduta, a Aman procederá de acordo com o que prescreve a lei. Com a decretação da prisão do cadete, ele ficará preso na Aman, por ser militar", diz trecho da nota.
O cadete é de Pirassununga (SP) e está no 3º ano do Curso de Cavalaria. Segundo a Aman, Felipe será processado pela Justiça comum, pois não se trata de crime militar. 
"Em paralelo, a Aman realizará uma sindicância para apurar a conduta disciplinar e ética do cadete", diz a assessoria.
A nota da AMAN afirma ainda que  "se for comprovado desvio de conduta, o cadete será responsabilizado na área criminal, pela Justiça Comum, e na área disciplinar do Exército, podendo, inclusive, ser licenciado a bem da disciplina."
Diário do Vale/G1/montedo.com

Comento:
A conduta do cadete foi irresponsável e merece os rigores da lei. Não me parece cabível qualquer discussão sobre isso. Mas qual a necessidade do comando da AMAN  antecipar-se ao processo e acenar com o licenciamento a bem da disciplina, se o inquérito policial mal foi instaurado? Essa pressa seria de estranhar, não fosse apenas manifestação do velho 'caldeirão do diabo' dos milicos. Arre!!!

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