Após sete anos de silêncio, a primeira conversação militar entre as Coreias do Norte e do Sul juntou as partes desavindas.
A negociação não conduziu a qualquer entendimento.
Soldados sul-coreanos replicaram na segunda-feira a vitória obtida sobre os vizinhos do Norte durante a Guerra das Coreias, no 64.º aniversário da batalha de Chuncheon, na província de Gangwon / YONHAP SOUTH/EPA |
Depois de nas últimas semanas terem sido registados dois incidentes entre as Coreias, ambos os lados decidiram baixar a guarda e tentar chegar a um entendimento. Segundo um relatório da agência de notícias sul-coreana Yohnap, os dois países procuram aliviar as diferenças que os separam para prevenir mais incidentes.
De acordo com a agência, as negociações militares ainda não foram confirmadas pelo ministro da Coreia do Sul e o Norte não as queria tornar públicas. A tensão entre os dois lados foi reatada após ativistas sul-coreanos terem lançado, na semana passada, balões carregados de panfletos com propaganda política ao longo da fronteira. A provocação bastou para que as forças militares de ambos os países se envolvessem em novos conflitos.
Em declarações à agência Yohnap, o ministro da defesa da Coreia do Sul confirmou que a proposta de entendimento foi feita por Pyongyang e que a conversação ocorreu na aldeia de Panmunjom, na zona desmilitarizada. Foi o primeiro diálogo entre as partes desde fevereiro de 2011.
Durante as negociações, a Coreia do Norte exigiu ao Sul a proibição dos seus ativistas lançarem folhetos com publicações a criticar o país vizinho. Ao que os delegados sul-coreanos terão respondido que vivem numa democracia liberal e, como tal, não poderiam fazer essas proibições.
Em declarações à televisão, o porta-voz do ministério da Coreia do Sul, Kim Min-seok, afirmou que "o ambiente nas negociações foi muito sério, porque ambos os lados têm vontade de melhorar os laços que os unem, mas não poderiam apagar as suas diferenças."
Depois dos últimos incidentes, a Coreia do Sul garantiu que ia lidar com firmeza quaisquer afrontas vindas do Norte e ressaltou manter-se disponível para diálogo.
Durante as conversações militares a delegação norte-coreana foi liderada por Kim Yong Chol, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte - Kim Jong-un. Do lado do Sul, as autoridades militares recusaram-se a prestar detalhes.
EXPRESSO/montedo.com