Tenente foi detido no início deste mês durante uma abordagem da Polícia Militar; advogada dele alega que ocorrência foi registrada somente com a versão dos policiais.
Tenente foi preso no início do mês, por desacato (Foto: Juliana Peixoto/G1) |
Por G1 Grande Minas
Montes Claros (MG) - A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar uma denúncia de possíveis abusos de autoridades e tortura de quatro policiais militares contra um tenente do exército em Montes Claros, no Norte de Minas. O tenente foi detido no dia 1º deste mês por desobediência, após agredir um policial militar, segundo o boletim de ocorrência.
A ocorrência foi registrada em uma loja de conveniência na Avenida Deputado Plínio Ribeiro. Segundo a PM, o tenente, de 21 anos, estava com uma garrafa de cerveja na mão e recusou ser revistado. Após receber voz de prisão por desobediência, o oficial teria ofendido os militares e em seguida agredido um policial.
De acordo com a Polícia Civil, o tenente do exército já foi ouvido e passou por exames de corpo de delito. O caso é investigado pela 3ª Delegacia Distrital; alguns dos envolvidos na ocorrência já foram ouvidos e outras intimações estão agendadas, segundo nota da PC.
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A advogada do tenente, Elaine Xavier Carpeggiani, afirma que o boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar foi totalmente “tendencioso com o intuito de disfarçar uma abordagem truculenta dos militares. Eles colocaram apenas a versão deles; nem as outras testemunhas que estavam com meu cliente foram relacionadas no boletim. Inclusive, uma destas testemunhas é socorrista do Samu e prestou os primeiros atendimentos ao tenente, que chegou a ficar desacordado durante as agressões”.
Ela afirmou ainda que o tenente não possui porte físico para resistir à prisão da forma em que foi relatada no BO. “Eles falam de golpe de jiu-jitsu; nem se ele fosse mestre conseguiria aplicar este golpe. Ele é um jovem franzino e os militares estavam todos armados. Ele não iria se arriscar desta forma”.
Segundo a advogada, o tenente precisou passar por cirurgias para reconstituir os ossos nasais. "A cirurgia foi três dias após o fato. O relatório médico atesta a incapacidade de executar as atividades profissionais por mais de 30 dias”, afirma.
O G1 solicitou à Polícia Militar informações sobre os procedimentos adotados pela corporação sobre o caso, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria. O 55º Batalhão do Exército confirmou que um procedimento interno foi instaurado para apurar o caso e algumas testemunhas já foram ouvidas.
G1/montedo.com