12 de outubro de 2012

Mensaleiro Genoíno granjeou "um carinho muito grande" das Forças Armadas, diz ministro

Quem for inteligente não vai usar o mensalão na campanha, diz ministro

José Genoíno 
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) disse nesta quinta-feira (11) que o uso do julgamento do mensalão no segundo turno das eleições, por adversários do PT, será uma estratégia equivocada.
Em São Paulo, José Serra (PSDB) já disse que usará as condenações recentes de figuras de relevo do PT, como José Dirceu e José Genoino, para vincular o escândalo ao adversário Fernando Haddad (PT).
"Quem for inteligente não vai tentar fazer isso. Se o fizer, a população tem muita sabedoria para julgar e entender que o que vale é a prática de um projeto que está mudando o Brasil, que está diminuindo a pobreza, colocou o Brasil em uma outra dimensão e essa prática, ao ser levada para as prefeituras, também tem dado muito certo", afirmou Carvalho, que chefiou o gabinete do ex-presidente Lula durante todo o seu governo (2003-2010).
Na última segunda-feira (8), Carvalho, contrariando avaliação de Lula, afirmou que o julgamento do mensalão, e a exploração do tema por José Serra atrapalhou o desempenho do PT.
Sobre a condenação de Genoino, Gilberto Carvalho fez uma espécie de desagravo ao ex-presidente do PT, dizendo que sua saída do Ministério da Defesa, onde era assessor especial, "é uma perda bastante grande".
"O Genoino foi fundamental e importantíssimo no diálogo com as Forças Armadas tanto que granjeou das Forças Armadas, e qualquer cidadão pode conferir isso com os comandantes das Forças Armadas, um respeito, e mais do que um respeito, um carinho muito grande", disse Carvalho, na manhã desta quinta (11), no Palácio do Planalto.
Na segunda-feira (8), um dia após o pleito do primeiro turno, Carvalho disse que o mensalão atrapalhou o PT nas eleições, mas que o partido "conseguiu sobreviver a esse obstáculo". O ministro foi chefe de gabinete de Luiz Inácio Lula da Silva durante todos os oito anos de governo do ex-presidente (2003-2010), classificou o uso do julgamento do escândalo por adversários como uma "saraivada".
Gilberto Carvalho
"O Genoino foi fundamental e importantíssimo no diálogo com as Forças Armadas tanto que granjeou das Forças Armadas, e qualquer cidadão pode conferir isso com os comandantes das Forças Armadas, um respeito, e mais do que um respeito, um carinho muito grande"
"É muito difícil já termos uma opinião formada sobre isso [impacto do mensalão nas eleições]. Que houve um grau de interferência, é evidente. Cidades do interior de São Paulo mais conservadoras nós tivemos mais dificuldades. É evidente que em São Paulo isso teve o seu peso, mas é muito difícil quantificar", disse o ministro.
No dia 5 de outubro, antes das condenações de petistas no STF (Supremo Tribunal Federal) desta semana, Carvalho afirmou sofrer com a perspectiva de condenação de companheiros históricos do PT no julgamento do mensalão.
"A dor me impede de falar sobre essa questão", disse o ministro, ao ser perguntado sobre os três votos favoráveis, até a data (5), à condenação de José Dirceu e José Genoino, durante a inauguração de uma exposição com telas do pintor italiano renascentista Caravaggio (1571-1610), no Palácio do Planalto. Petista histórico, Carvalho sempre teve relacionamento próximo a Dirceu e Genoino.

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