Michel Martelly, Presidente eleito do Haiti |
Confirmado pelo Conselho Nacional Eleitoral como vencedor do segundo turno das presidenciais de 20 de março no Haiti, o cantor popular Michel Martelly Prometeu criar um "Exército moderno", alegando que o país caribenho não pode depender indefinidamente das forças de paz da ONU para garantir a segurança.
Segundo o porta-voz do CEP, Pierre-Thibault Junior, Martelly conseguiu 716.986 votos [67,57%] e deverá assumir as funções no dia 14 de maio.
"A presença da Minustah em solo haitiano implica que se necessita de força para manter a paz, ao menos que alguém sugira que a missão fique para sempre", disse Martelly.
O Brasil exerce o comando militar da Minustah -- que é integrada por 18 países, em sua maioria latino americanos-- e é composta por uma força de 12.200 efetivos, entre os quais são 8.900 soldados e 3.300 policiais.
Martelly diz que espera trabalhar "em colaboração" com o partido rival que ganhou as eleições legislativas em seu país. "Parece que são maioria, que tem 46 cadeiras da cem na Câmara de Deputados", disse, em referência ao partido Inité, do presidente em fim de mandato René Preval.
O Inité atualmente negocia com outros grupos políticos para formar uma coalizão majoritária no Parlamento. Martelly conta apenas com três deputados de seu partido.
Pelo fato de o primeiro-ministro e o gabinete político do novo presidente haitiano terem de ser aprovados pelo Parlamento, o mais provável é que o governo de Martelly, chamado de 'Tet Kalé' (cabeça calva), seja fortemente influenciado pelo Inité.
No Senado, embora o Conselho Eleitoral não tenha divulgado números, é previsto que o Inité tenha 16 das 30 cadeiras.
Martelly, 50, que não tem experiência política, tem se esforçado para mostrar que vai fazer tudo para cumprir suas promessas de mudança.
VISITA AOS EUA
O cantor, conhecido no passado por seu comportamento explosivo nos palcos, não estará em Porto Príncipe para celebrar a vitória com seus partidários.
Dada a importância das relações do Haiti com os Estados Unidos, Martelly deixou a ilha na terça-feira, antes da proclamação dos resultados definitivos, para realizar uma visita de três dias a Washington.
Na terça-feira (19), ele foi recebido pela secretaria de Estado, Hillary Clinton, que destacou que os EUA estão "muito emocionados" com sua vitória e o apoiarão.
Martelly também se reuniu representantes do FMI, do Banco Mundial e da Câmara de Comércio dos EUA.
Desde Washington, ele postou mensagens no Twitter pedindo que os haitianos "trabalhem juntos" pelo país: "Povo do Haiti, comecemos a trabalhar!", escreveu.
FRANCE PRESSE