Ela e o marido, que é químico, tinham fábrica clandestina no Riacho Fundo.
Foram apreendidos mais de 30 sacos de 20 kg de soro do leite, diz polícia.
Parte do material clandestino apreendido pela Polícia Civil Distrito Federal em casa alugada do Riacho Fundo I (Foto: Polícia Civil/Divulgação) |
Do G1 DF
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (23) uma dentista tenente do Exército suspeita de fabricar e vender clandestinamente suplementos alimentares para todo o país. O material era produzido em uma casa alugada da quadra QS 12 do Riacho Fundo I e anunciado pela internet. O marido dela, que é químico e também é suspeito do crime, está em viagem para o Nordeste e deve ser detido em breve.
As investigações começaram há dois meses, após denúncias anônimas. De acordo com o delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, Jefferson Lisboa, foram encontrados mais de 30 sacos de 20 quilos de soro do leite – matéria-prima para a produção dos suplementos.
Betoneira adaptada, achada em casa usada como fábrica ilegal de suplementos alimentares no DF (Foto: Polícia Civil/Divulgação) |
Além disso, os policiais apreenderam equipamentos usados pela dupla para confeccionar os itens. “É muita coisa, realmente muita coisa. Apreendemos uma máquina de fazer comprimido, uma betoneira adaptada para misturar os ingredientes, uma lâmpada usada por dentistas para secagem rápida, embalador de suplemento, balança, entre outras coisas”, explicou.
Segundo Lisboa, ainda não há informações sobre há quanto tempo o casal atuava, a quantidade de dinheiro movimentada pela dupla ou o número de clientes. Os próximos passos, informou, são identificar as empresas que compravam os suplementos, que também deverão ser indiciadas, e pedir à Justiça autorização para destruir o material apreendido.
"A produção era feita sem qualquer controle de qualidade, podendo até ter insetos nos produtos. A pessoa que compra aquele produto acreditando que vai fazer um bem para a sua saúde, na verdade, está comprando algo que pode fazer mal", disse o delegado.
Se condenada por crime de adulteração ou falsificação de produtos para fins terapêuticos ou medicinais, a tenente pode pegar entre 10 e 15 anos de prisão. A expectativa é de que ela seja encaminhada para a carceragem do Exército ainda nesta quarta. O G1 procurou a organização, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Já sobre o marido dela, a polícia não soube informar quando realizará a prisão. A corporação solicitou à Justiça a prisão preventiva dele e aguarda resposta.
G1/montedo.com