2 de janeiro de 2014

No AM, chuvas atrapalham buscas por desaparecidos na Transamazônica

Informação de que corpos haviam sido encontrados não foi confirmada.
Festa de réveillon foi cancelada em Humaitá, devido o clima de tensão.

Leandro Tapajós*
Do G1 AM
Buscas são realizadas em região de mata fechada  (Foto: Reprodução/TV Rondônia)
Buscas são realizadas em região de mata
fechada (Foto: Reprodução/TV Rondônia)
Fortes chuvas têm atrapalhado as buscas por desaparecidos no Sul do Amazonas. A operação chegou ao terceiro dia consecutivo, nesta quarta-feira (1º). Cerca de 400 homens do Exército, Polícia Federal (PF), Força Nacional, Polícia Militar (PM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) procuram três homens em uma reserva indígena próxima ao município de Humaitá, distante 590 km de Manaus. A área em que são realizadas as buscas fica entre o km 136 e 150 da Transamazônica (BR 320), em uma região de mata fechada.
No fim da tarde desta quarta-feira, cerca de 500 pessoas participaram de uma passeata organizada pela igreja católica, que pedia pelo fim dos conflitos entre indígenas e moradores de cidades próximas a reserva, agravados após os desaparecimentos. A passeata percorreu algumas vias e terminou na catedral, localizada na orla do município de Humaitá.
Um boato de que os corpos dos desaparecidos haviam sido encontrados em um carro chegou a circular nas redes sociais, nesta tarde. Nem a Polícia Militar, nem a Polícia Federal confirmaram as informações divulgadas na internet, até a noite desta quarta-feira.
Mais informações sobre o andamento da operação de buscas deve ser repassada pela Polícia Federal apenas nesta quinta-feira (2).
A festa de réveillon foi cancelada no município de Humaitá, devido o clima de tensão, após os recentes protestos pelos desaparecimentos. A população chegou a queimar a sede da Funai e instalações dentro da reserva dos índios Tenharim. Eles acreditam que indígenas podem ser responsáveis pelo desaparecimento dos homens.

Conflitos
Na última sexta-feira (27), um grupo de não indígenas ateou fogo em uma área de pedágio e casas de apoio localizadas em uma aldeia indígena. Após o início dos conflitos, 143 indígenas foram abrigados no 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em Humaitá. A Justiça determinou que o governo federal deve proteger os índios da reserva de Tenharim.
O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) emitiu, na última semana, recomendação contra a propagação de mensagens que contenham informações com conteúdo discriminatório, preconceituoso ou que incitem a violência, o ódio e o racismo contra os povos indígenas do Amazonas, especialmente contra a etnia Tenharim.
(*Colaborou Invanir Valentim, da TV Amazonas)
G1/montedo.com

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