4 de outubro de 2014

Nossos candidatos: Ivone Luzardo, a mulher do Panelaço.

 “O Alto Comando das FFAA perdeu o poder de negociar" 
 Série Conheça seus CANDIDATOS - Entrevista com IVONE LUZARDO.
Em meio a uma árdua campanha, a Candidata Ivone Luzardo nos cedeu um pouco de seu tempo e nessa entrevista responde alguns questionamentos relevantes e de grande interesse para o futuro de nossa sociedade. Antes de mais nada agradecemos a candidata e a sua equipe, e apresentamos ao nosso público as questões colocadas e respostas dessa que é a pioneira na movimentação política da família militar brasileira. Aproveite a oportunidade e conheça melhor a candidata. Ivone conta um pouco da história da mobilização da família militar, fala sobre as negociações com o Ministério da Defesa e por fim revela um pouco de sua estratégia para atuar em favor da família militar como DEPUTADA DISTRITAL.

"Só ouvimos quando um deles gritou: “Socorro!!! As mulheres dos militares invadiram o Planalto!!!” Foi um alvoroço muito grande..."

Revista Sociedade militar - Candidata Ivone, é sabido que a senhora organizou e participou ativamente de um grande número de movimentos em prol dos salários dos militares. Alguns desses repercutiram bastante, como o que ocorreu em Copacabana. De todos esses atos, alguns maiores, outros menores, há algum que a senhora consideraria como MEMORÁVEL? Pode dizer por quê?

Ivone Luzardo – Antes de tudo, gostaria de agradecer a oportunidade nesta que vem se tornando a mídia mais expressiva no que diz respeito aos assuntos de interesses dos militares. Tentarei ser objetiva a fim de tornar a tarefa do leitor a mais agradável possível.
O panelaço memorável certamente aconteceu em 2005, quando estávamos acampadas na Esplanada dos Ministérios há quase dois meses e o governo Lula sempre negando nossa ínfima reposição salarial. Todas as mulheres entraram em um ônibus que veio de Anápolis para participar do PANELAÇO DA BATALHA NAVAL DO RIACHUELO. Pela manhã, protestamos em frente ao Grupamento dos Fuzileiros Navais e após o almoço invadimos o Palácio do Planalto. Fizemos um “Cavalo de Tróia”. Entramos com um ônibus cheio de mulheres. Pegamos os seguranças desprevenidos. Só ouvimos quando um deles gritou: “Socorro!!! As mulheres dos militares invadiram o Planalto!!!” Foi um alvoroço muito grande. Nenhum deles conseguiu nos conter. Lembro quando a Goretti, conselheira fiscal da UNEMFA, pegou uma panela e encheu com a água suja do espelho d’água existente no Palácio do Planalto,molhando os seguranças que tentavam nos impedir. Foi nesse dia que se abriu, pela primeira vez, a faixa do IMPEACHMENT endereçada ao Lula e seus mensaleiros. Estávamos profundamente indignadas por estarmos acampadas por mais de dois meses, reivindicando reposição salarial para nossos maridos e os jornais noticiando o governo Lula distribuindo “mensalão”. Acabamos por impedir, também, a troca da bandeira. Não deixamos a solenidade acontecer!!!
Importa ressaltar que esse acampamento, com duração aproximada de 70 dias na frente do Congresso Nacional, foi o movimento que trouxe maiores reflexos para a nossa classe. Posso dizer que o aumento de 2005 foi sensibilizado pela atuação daquelas famílias que ficaram, junto comigo, em condições hostis, por todo aquele tempo. Aquele movimento teve repercussão nacional e internacional. Foi difícil, mas necessário. Pioneiro nesse tipo de manifestação, acabou sendo imitado por outras classes. Já faz quase dez anos. Quando me lembro destes momentos, me inspiro para continuar o que sempre fiz para deferir justiça a quem só tem deveres e muitos os direitos negados – nossos heróis militares. Quem conhece minha história, e não estória, sabe que não estou nessa como oportunista, o que nos remete a ficarmos mais atentos quanto à qualidade de alguns candidatos que surgem nesta época. Não suporto ver os militares enganados!

Revista Sociedade militar – Candidata Ivone Luzardo, nos últimos meses a senhora esteve presente em várias reuniões realizadas entre a família militar e membros do Ministério da Defesa. Em uma dessas reuniões o senhor Ari, alto funcionário do Ministério da Defesa, disse que iria ao Planejamento e que após isso a família militar receberia respostas concretas sobre várias questões colocadas. Lembramos que na citada reunião a senhora chegou a dizer que havia militares no limite. Suas palavras, entre outras, foram: "A que ponto deixaram chegar os militares. Se isso não é revanchismo é o que?". Poucos dias depois a senhora postou um vídeo em que cobrava do Ministério da Defesa as respostas prometidas. Questão: A família militar, ou pelo menos os líderes ali presentes, receberam alguma resposta?
Ivone Luzardo – Veja (risos), quando aquele pessoal me vê parece que vão ter um problema de saúde. Objetivamente, sim! Contudo, a resposta só veio porque fui atrás do Sr Ari Matos, no dia 30 de abril de 2014, para ter uma posição. Mas o que me irritou profundamente neste contexto foi que o MD teve mais de quatro anos para articular e deixou pra fazê-lo no último momento, quando não havia mais tempo hábil. É sempre assim. Mas eles não perdem por esperar. A resposta virá nas urnas contra esse governo revanchista. O principal assunto na mesa foi pagamento da diferença remuneratória dos 28,86%. Depois de uma verdadeira via crucis foi enviado para o Ministério do Planejamento uma solicitação para inclusão do referido pagamento aos militares em 2015. Não contente, fui atrás da Ministra Miriam Belchior (MPOG) que me deu a notícia de que a LOA 2015 já estava fechada. Em outras palavras, os militares ficarão mais um ano a ver navios. Se não retomarmos os trabalhos, ano que vem, ficaremos mais outro ano e mais outro .... Olha, aquele pessoal (cargos de indicação do PT) não tem interesse nem profissionalismo (atributos tipicamente militares) para resolver nossas questões. Nem querem! Só no Ministério da Defesa esse assunto ficou parado por vários anos. Enrolação mesmo! Vejam, é extremamente necessário pressionar politicamente nossos interesses. Já tomei muito chá de cadeira e não na cara para ter um simples acesso às autoridades. Agora, como Deputada, a coisa ficará diferente. Vocês percebem como nós, militares, temos que ter representantes? Como simples presidente de associação já os deixei de cabelo em pé, imaginem depois?

Revista Sociedade militar – Candidata, no nosso ponto de vista os dois últimos anos foram incomuns. A família militar parece que está cada vez mais politizada. Entre alguns momentos memoráveis, citamos: O grande abaixo assinado encabeçado pelos sites Montedo, Sociedade Militar e Portal Militar, que reuniu algumas centenas de milhares de assinaturas no site do Senado e repercutiu na grande mídia, a Genial Manifestação em Copacabana, encabeçada pela associação que a senhora preside, a UNENFA e o confronto entre os representantes das associações e membros do Ministério da Defesa, já citado na pergunta acima. Não poderíamos deixar de mencionar, algo de enorme significância, a enorme movimentação nas redes sociais. Só a senhora tem mais de 5 mil seguidores em sua rede, isso é incrível. A Revista Sociedade Militar tem mais de 10 mil colaboradores na Fanpage e obtém, só na Revista Online, em média de 350 mil visualizações de artigos mensalmente. Outros sites como Montedo.com também tem um público gigantesco, e cada vez mais exigente, o que mostra que as coisas estão mudando. A família militar está cada vez mais ativa, politizada e ávida por informações detalhadas sobre o que ocorre na política.

Questões: - O que a senhora acha dessas mudanças, de disso tudo que está acontecendo?
Ivone Luzardo – Olha, isso é ótimo! Em minha opinião, esse hiato ocorreu porque o Alto Comando das FFAA perdeu o poder de negociar junto ao Executivo e fez questão de afastar os militares da política por muito anos, o único viés que pode nos dar respostas satisfatórias aos pleitos almejados. Não condeno! Mas também não aceito tanta inércia. Cada momento da história exigiu uma ação. No nosso DNA está a disciplina e acreditar em nossos comandantes é sinal de espírito de corpo, atributos que fazem a diferença em nosso favor. O que ocorre é que temos que jogar o jogo e nos enquadrar as novas conjecturas. Ou seja, temos que ter representação política! Vide o exemplo acima. Acredito em nossa capacidade de organização. Acredito, agora que saímos da inércia, vamos fazer a diferença. Tenho muito orgulho de ser pioneira nisso tudo. Tenho planos grandes. Ponto pacífico é a criação do nosso partido com diretórios em todos os Estados. Outro ponto é a valorização da mídia que tem nossos princípios, que fale para o nosso público, o que tem ganhado corpo na nossa querida Revista Sociedade Militar e outras citadas nessa entrevista. Acredito que podemos dar os rumos certos para esse país!

- A senhora acredita que esse é o momento, que em 2014 iniciaremos a formação de nossa bancada parlamentar?
Ivone Luzardo – Certamente já demos um grande passo, mas insisto: temos que nos organizar! Não podemos dividir votação e não entrar ninguém. É concentrar meios no ataque principal!
Revista Sociedade militar – Candidata, é sabido que deputados federais e senadores não podem propor reajustes salariais para os militares. Por força de lei isso é prerrogativa do Executivo, o que concorre para tornar o deputado federal uma nulidade no que diz respeito à maior carência dos membros das Forças Armadas. Se não for audacioso e articulador o parlamentar corre o risco de ser um mero expectador que não pode ajudar a categoria que o elegeu. Nesse quesito entende-se que a quantidade de deputados, federais, estaduais e distritais, fará grande diferença, pois somente assim haverá possibilidade de pressionar o executivo, inclusive com o uso da força política para a mobilização da sociedade militar nos estados e Distrito Federal.
A senhora inegavelmente é uma das grandes articuladoras da família militar. Candidata, percebe-se muito interesse dos militares e familiares em participar ativamente desse pleito. A senhora acredita que nos próximos anos, com a presença de políticos militares nos estados e em Brasília, a situação dos militares vai mudar para melhor?

Ivone Luzardo – Sim, por tudo que foi dito anteriormente. É muito diferente você ter uma manifestação sem apoio de figuras do legislativo. Veja a audiência que conseguimos no Ministério da Defesa. Se não fosse o apoio do senador Paulo Paim, que promoveu duas audiências públicas, permitindo ecoar nosso grito de socorro, não teríamos efetividades nas discussões de nossos pleitos. Lembrando aqui de um detalhe dito pelo próprio Senador, de que o Dr. Ari Matos, só iria nos receber porque ele, o Senador, se faria presente. Isso me indigna muito! Eu não estou aqui para pedir favor a ninguém. Eles têm obrigação de fazer porque são pagos pra isso e com o dinheiro dos nossos pesados impostos.
O Deputado Izalci Lucas, aqui do Distrito Federal, somou significativamente conosco ao propor a criação de uma Subcomissão Especial, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional,que tem como objetivo acompanhar a política salarial dos militares da ativa e da reserva.Porém, é preciso fortalecer essa comissão com um número expressivo de deputados e senadores.Para tanto, há sim necessidade de construirmos um grande projeto rumo a 2018. Iniciaremos agora como Deputada Distrital que requer um número menor de votos. Executaremos um excelente mandato com ética e muita transparência para, em 2016, já apoiarmos às candidaturas dos nossos representantes.Futuramente, em 2018,teremos uma bancada mais forte. Com os parlamentares militares a ajuda será efetiva. Não terá tom de favor e sim de obrigação. Cabe dizer que temos muitas áreas para trabalhar, tais como: auxílio moradia, aumento na cubagem de transferência, reajuste do salário família (digno), incentivo na multiplicação e investimento nos Colégios Militares e muitos outros que contribuem para o salário indireto. O salário indireto (benefícios de toda ordem) são muito mais fácil de emplacar. Trabalho esse que prosseguirá lado a lado com a reposição das perdas salariais.

Revista Sociedade militar – Candidata, quais serão suas principais bandeiras?
Ivone Luzardo – Acabei adiantando algumas na pergunta anterior, mas, fora as descritas anteriormente, são:
1)Articular e defender os interesses dos profissionais Militares das Forças Armadas/Auxiliares junto ao Congresso e outros órgãos públicos, tais como:
-recuperação de perdas salariais;
-tratativas da MP 2215-10;
-o pagamento integral da diferença remuneratória dos 28.86%;
-a reestruturação do plano de carreira;
-a defesa das pensionistas de militares cujos processos se encontram tramitando no TCU sem a devida celeridade; e muitos outros.

2)Efetivar a Bancada Militar no Congresso Nacional em 2018, apoiando candidaturas em 2016 e 2018 de Militares e familiares comprometidos.

3) colocar em prática o projeto “Segurança ao Cidadão = Respeito e Valorização Profissional aos Militares das Forças Armadas/Auxiliares do Brasil”.

4) e outras na área de atuação do Deputado Distrital aqui no DF, tais como: Valorização das carreiras no setor de segurança do DF: PM, Bombeiro e Polícia Civil, efetivar o Projeto: “Eu quero morar no DF” que promoverá a venda de menor fração de terras públicas, com infraestrutura e preços populares, e muitos outros.

Além das bandeiras acima descritas tenho compromisso com a economicidade da gestão pública, a ampliação e melhoria do sistema de saúde e a redução de carga tributária distrital.

Revista Sociedade militar – Candidata, Em um de seus cartazes se lê: “A mulher do Panelaço, princípios e valores inegociáveis”. Quais são esses princípios e valores?
Ivone Luzardo – Eu represento os militares e seus princípios e valores. Eles são inegociáveis. Não foi atoa que me apaixonei por essa classe. A retidão do caráter, a correção de atitudes, o interesse coletivo acima do individual, o compromisso com a verdade, a lealdade, a transparência e o Brasil acima de tudo por fim, são os princípios e valores que nos diferem da classe política atual. Por isso, queremos apresentar uma nova política.

Revista Sociedade militar – Candidata, esteja a vontade para mais alguma colocação.
Ivone Luzardo – Nesse meio você tem que estar sempre lembrando quem você representa. Eu represento o esteio desta nação. Represento quem segurou firme os caminhos brasileiros quando, na nossa história, algo decisivo poderia nos levar para o abismo. Quando, na independência, várias revoltas queriam pulverizar a unidade brasileira, Caxias assegurou a integridade nacional. Quando na Guerra do Paraguai iríamos perder importante parte da região Sul, as FFAA agiram com destemor. Quando, na criação da República, outras tantas revoltas quiseram fatiar o território brasileiro, lá estávamos também. Quando quiseram instaurar, a força, o falido regime Comunista, impedimos de igual maneira. Quando os compromissos internacionais puseram à prova a credibilidade brasileira (Missões de Paz, pacificação de comunidades para os grandes eventos, os grandes eventos propriamente ditos), foram os militares que tiveram a frente. Eu represento a classe que mesmo sendo achincalhada por alguns setores da sociedade sempre serviu e sempre servirá, verdadeiramente, ao BRASIL sem nem mesmo Dele esperar compreensão. Deus quando criou este país deve ter dito: “Vou te dar um guardião e eles se chamarão MILITARES”!
MILITARES, eu conheço os seus feitos e as suas histórias, sei o que passam, bem como suas famílias, não de ouvir falar. Mas de sentir e de vivenciar. Sinto o mesmo remoer ao ouvir as fétidas e repugnantes vozes da Comissão da Palhaçada (verdade) ao acusarem nossos heróis de salvarem esta nação. Estou e sempre estive com vocês sem nunca auferir lucro em meu ativismo! Fiz tudo com muito amor e idealismo e espero que vocês estejam comigo também no próximo dia 5 de outubro para mais um grande panelaço!
Até breve! IVONE LUZARDO - Deputada Distrital. 54700.

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