Prefeito de Porto Alegre pediu auxílio na segurança para sessão no TRF-4
CRISTIANE JUNGBLUT
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante entrevista - Ailton de Freitas/Agência O Globo/28-12-2017 / Agência O Globo |
BRASÍLIA — O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira que não vê necessidade no uso da Força Nacional e do Exército em Porto Alegre para auxiliar na segurança durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), marcado para o dia 24 de janeiro. Jungmann disse que a Brigada Militar — como a Política Militar do Rio Grande do Sul é chamada — é muito competente e experiente. Além disso, o ministro disse que cabe ao governador e não a um prefeito pedir a ajuda da Força Nacional, conforme determina a Constituição.
— Pessoalmente, não vejo necessidade para o emprego das Forças Armadas em Porto Alegre. Um prefeito não pode pedir o emprego das Forças Armadas, só o governador. E a Brigada gaúcha é experiente para lidar com isso — disse Jungmann.
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior, encaminhou ofício solicitando a ajuda. No Twitter, ele disse que líderes políticos "convocam uma invasão de Porto Alegre" e destacou que tomou esta iniciativa para "proteger o cidadão e o patrimônio público".
O Ministério da Justiça informou que a Força Nacional já atua no Rio Grande do Sul desde 2016 e que a presença das tropas no local foi prorrogada por mais seis meses, a partir de 1º de janeiro de 2018. Como o Ministério da Defesa, a Justiça também esclareceu que cabe apenas ao governador de Estado — no caso, José Ivo Sartori (PMDB) — um pedido de colaboração e de alteração do número de efetivo já existente no local e não cabe ao prefeito.
O presidente Michel Temer determinou que os ministros analisem a situação de Porto Alegre e dialoguem com o prefeito. O governo federal já informou relatos de que o governo do Estado não pretende pedir reforço. A resposta informal foi de que a secretaria de Segurança do estado não considera necessário incorporar o pedido do prefeito de Porto Alegre.
Ao programa de rádio "Gaúcha Atualidade", o secretário estadual de Segurança, Cézar Schirmer, disse que não há necessidade de acionar a Força Nacional e o Exército.
GLEISI CRITICA PEDIDO
Desde que a data do julgamento foi determinada pelo Tribunal, o PT vem convocando a militância para comparecer a Porto Alegre como forma de pressionar as autoridades.
Nesta quinta-feira, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, criticou as declarações do prefeito. Gleisi também comentou decisão da Justiça Federal de Porto Alegre, que no final do ano passado acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) gaúcho e determinou a proibição de acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas proximidades do tribunal. A medida já está em vigor e é válida até três dias após a decisão do Tribunal.
— Inacreditável ! É muito medo do povo. Primeiro, o MPF do RS e agora esse prefeito?!Força Nacional e Exército?! Quem está destruindo o patrimônio público e agredindo o cidadão é o governo golpista apoiado por vcs - disse a senadora na rede social.
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O Globo/montedo.com