9 de junho de 2009

ARROGANTE, EU? FALA SÉRIO, MINISTRO!

“Tenho costas de crocodilo e arrogância de gaúcho”
Nelson Jobim, Ministro da Defesa,
ao tentar justificar sua declaração equivocada sobre
supostos destroços do Air Bus da Air France
Ricardo Montedo
Não bastasse a bravata do Presidente da República (“um país que pode achar petróleo a 6 mil metros de profundidade pode achar um avião a 2 mil metros”), vem agora o Sr. Nelson Jobim justificar sua desastrada e inoportuna intervenção no triste episódio da queda do vôo 447, da Air France, com a expressão acima, atribuindo a responsabilidade da trapalhada a sua origem gaúcha.
Não duvido da afinidade do ministro com répteis, pois, além de “costas de crocodilo”, tem também “boca de jacaré”, agora, costas largas, ah, isso, a gauchada tem de sobra e, diga-se de passagem, a milicada também!
Relembremos os fatos:
- Na ausência do principal protagonista do país, que viajava pela América Central, sem dar a importância devida ao desastre que vitimou dezenas de brasileiros e franceses, entre outros, Jobim apressou-se em colocar-se sob os holofotes da imprensa mundial, anunciando açodadamente que haviam sido descobertos destroços do avião, informação que depois mostrou-se equivocada.
- A “barriga” do ministro, pelas falsas expectativas que gerou nos familiares das vítimas e na opinião pública internacional, provocou críticas do governo e da imprensa franceses, o que motivou a infeliz declaração do titular da Defesa.
Orgulho-me por ser gaúcho, assim como o mineiro, o nordestino, o paulista, devem orgulhar-se de suas raízes. Orgulho-me de ser brasileiro, por mais que episódios como esse me constranjam como tal. Orgulho-me, também de ser militar, mesmo que chefes como o ministro da Defesa de meu país protagonizem incidentes embaraçosos.
Existem gaúchos arrogantes? Tantos quantos os há entre mineiros, paulistas, nordestinos, etc.
Daí a atribuir essa característica nefasta a toda uma população, para justificar a arrogância que lhe é própria, pessoal e intransferível, há uma diferença muito grande.
E mais, usar essa mesma arrogância para negar um equívoco evidente é ofender a Inteligência alheia.
Ministro, deixe os militares cumprirem sua missão com tranquilidade, o que, aliás, eles tem feito muito bem nesse episódio, principalmente depois que o senhor saiu de cena.
Da parte dos gaúchos, dispensamos Vossa Excelência de compartilhar conosco a arrogância que lhe é tão peculiar, pois ela, apesar de imensa, está na justa medida de seu ego. Não há como dividi-la com ninguém.

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