Comando receia que a duração da missão coloque os militares em contato íntimo com o narcotráfico
Mesmo contrariado, o Exército deve permanecer no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro até julho de 2011. As tropas federais substituirão as polícias Civil e Militar nas duas comunidades ocupadas no Rio de Janeiro. A avaliação da cúpula é que há um consenso político, irradiado a partir do Planalto, que prega a permanência das tropas nos morros e torna a ampliação da missão irreversível. O clamor da população, que apoiou maciçamente a operação contra o tráfico e a presença do Exército, é outro fator que levou a essa decisão.
Os militares estão preocupados com a mudança da missão, que deixará de ser apenas de controle das entradas e saídas do morro para se tornar uma tarefa de quase policial. O receio do comando é que a duração da missão, somada ao novo perfil de operação, coloque os militares em contato íntimo com o narcotráfico, que pode contaminar setores do Exército.
Nesse período de quase oito meses, o efetivo de 800 homens do Exército deve ser mantido.
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