Ainda chorando a morte do soldado Irving Vianna Martins dos Santos, a família do militar reclama das informações desencontradas do Exército sobre o caso. Em nota oficial, o Exército diz que Irving foi morto por um disparo acidental durante o trabalho no Conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, na segunda-feira (3).
“Primeiro falaram que tinha sido um acidente à bala e que ele estava sozinho. Depois, que foi um tiroteio e que ele estava com outras oito pessoas. Um tiro na cabeça de pistola não é coisa de bandido. Dá uma revolta isso, não podem abafar o caso”, afirma a noiva do militar, Juliana Lucena, de 28 anos.
De acordo com o major Fabiano, da assessoria de comunicação da Força de Pacificação, quando foi dada a notícia, ainda nas primeiras horas de investigação, foi informado à família que nenhuma hipótese estava descartada.
Soldado planejava casar e ter filhos
Segundo Juliana, Irving estava há quatro dias trabalhando sem folga e não pôde passar nem o Natal nem o Ano Novo com a família por causa das escalas de trabalho. “É estafante. Ele fazia o que gostava e dava a vida pela profissão", conta a noiva.
Há 3 anos no Exército e atuando na ocupação do Alemão há pouco mais de um mês, Juliana lembra que era difícil para o noivo até falar do trabalho no início da ação. “Mas agora ele já estava se acostumando. Ele era calmo, não gostava de confusão. A gente só queria ficar junto e planejávamos ter um filho”, lembra ela.
Armas vão passar por perícia
Após a morte de Irving, o Exército informou que as armas dos militares que estavam perto da vítima vão ser periciadas. O objetivo é descobrir de onde saiu o disparo que atingiu Irving.
“Testemunhas foram e estão sendo ouvidas. Grande parte da perícia foi concluída ontem (segunda-feira), mas há um prazo de cinco dias para a conclusão do laudo. Mas, como o inquérito policial militar pode durar até 40 dias, não sei se o resultado será divulgado antes”, afirmou o major Fabiano.
Militar foi ferido em base do teleférico
Ainda de acordo com a instituição, Irving estava na base do teleférico do Morro do Alemão quando foi atingido. Lá, segundo a assessoria de comunicação da Força de Pacificação, funciona uma base que tinha cerca de 100 homens no momento do acidente. Além de homens que fazem a segurança do local, há dormitórios para o descanso de militares.
Segundo uma nota oficial do Exército, o paraquedista foi ferido à tarde, levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte, e depois transferido para o Hospital Central do Exército, onde morreu.
G1
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