'Nunca teve problemas', diz madrasta de cadete que morreu em treinamento
Enterro de Anderson Paixão, de 22 anos, aconteceu nesta quarta-feira.
Cadete morreu durante uma prova na Academia de Agulhas Negras.
Anna Gabriela Ribeiro
Do G1 Santos
Anderson morreu durante treinamento (Foto: Reprodução/TV Rio Sul) |
Foi enterrado na manhã desta quarta-feira (22) em Santos, no litoral de São Paulo, o corpo do cadete Anderson Barbosa da Paixão e Silva, de 22 anos, morto nesta segunda-feira (20) durante uma prova de corrida na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ).
Familiares e colegas da Academia compareceram à cerimônia, que foi realizada na cidade onde Anderson nasceu e foi criado. Segundo a tenente Adriana Dabés, assessora de Comunicação Social da Aman, 110 militares foram participar do enterro do jovem. “A gente está muito comovido com a situação. É algo que a gente não esperava”, afirma.
Ainda de acordo com a tenente, o resultado do inquérito, aberto para investigar a morte, será divulgado em até dois meses. “O inquérito é um procedimento normal. Sempre que há um falecimento é aberto um inquérito para investigar as circunstâncias do fato. Deve ficar pronto em até 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20”, explica.
Cadete da academia militar Agulhas Negras foi enterrado em Santos, SP (Foto: Anna Gabriela Ribeiro / G1) |
A tenente comentou ainda os procedimentos que foram feitos quando o cadete Anderson passou o mal. “Todas essas provas são acompanhadas por uma equipe médica. Então havia uma equipe e uma ambulância. Logo que ele se sentiu mal foi socorrido e encaminhado para o nosso Hospital Escolar, que fica dentro da Academia, a três minutos do local. Ele foi atendido pelo cardiologista e por um anestesista, além do clínico que estava de plantão. Eles tentaram todas as manobras de ressuscitação por cerca de uma hora. A família está sendo assistida pelos próprios comandantes da companhia, os oficiais que trabalhavam diretamente com ele, por um psicólogo, um padre e um assistente social”, finaliza a tenente.
O pai de Anderson, Ari Paixão, disse que ele sempre foi um jovem muito dedicado aos estudos, e que ficou em 20º lugar na prova que seleciona jovens do Brasil inteiro para o curso de cadetes. “Ele acordava às 6h, ia para a biblioteca e depois ia para o cursinho. Eram 12 horas diárias de estudo. Ele era muito dedicado. Geralmente, a família induz o filho a se alistar no Exército, mas ele não, foi porque quis”, diz o pai.
Para a madrasta da vítima, Ilse Petri, o caso foi uma fatalidade. “Ele nunca teve nenhum problema de saúde. Sempre fez os exames de rotina e nada foi apontado. Ficamos muito surpresos. Foi uma fatalidade”, afirma a madrasta.
O pai do jovem fez questão de ressaltar que, para a família, não há nenhuma queixa em relação à Academia. “Não tenho nem o que falar da Aman. Estão nos dando um atendimento excelente. Nos ofereceram a viagem de avião (de Florianópolis à Santos), mas preferi ir de carro. Acho até que estão fazendo mais do que deveriam, até mais do que eu mereço”, afirma. O pai também comentou que a abertura do inquérito para investigar a morte de Anderson não foi um pedido da família, e que este é um procedimento normal no Exército Brasileiro.
Caso
O cadete morreu na tarde desta segunda-feira (20) após passar mal durante uma prova de corrida na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Segundo a Academia, Anderson Barbosa da Paixão e Silva, de 22 anos, era do terceiro ano do curso de artilharia e teve uma parada cardiorrespiratória. De acordo com a Aman, a prova era de 4 km e fazia parte da atividade de todos os cadetes. O Comando da Academia Militar determinou a abertura de um inquérito policial para apurar o caso.
G1/montedo.com