31 de agosto de 2010

MARINHA NÃO GOSTA DA NOMEAÇÃO DO GENERAL DE NARDI PARA ESTADO MAIOR DA DEFESA

Marinha fica descontente com nomeação de General de Exército para Estado Maior Conjunto das Forças Armadas

Jorge Serrão
Mal o chefão-em-comando Stalinácio da Silva acabou de instituir a Lei Complementar da Nova Defesa, e as Legiões já endurecem as críticas nos bastidores. O Comando da Marinha ficou insatisfeito com a indicação do General-de-Exército José Carlos De Nardi para comandar o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Lula e o Genérico Nelson Jobim emplacam a Estratégia Nacional de Defesa preparando o terreno para a [talvez] futura chefona-em-comando Dilma Rousseff da Silva.
A bronca tem motivo. Os Comandantes de Força perdem poder. Ficam responsáveis pelo adestramento das tropas. Já o Chefe do EMCFA se torna o responsável pelo emprego dessas tropas. Ex-Comandante Militar do Sul, o General De Nardi, que já foi secretário do Ministério da Defesa na gestão de Nelson Jobim, é o intermediário entre o Ministro da Defesa e os Comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha. De Nardi tem ascendência sobre todos os militares de qualquer Força, exceto sobre os próprios comandantes.
Os Altos-Comandos das três Forças perdem poder. O Ministro da Defesa agora está oficial e legalmente inserido na cadeia de Comando das Forças Armadas, abaixo do Comandante Supremo, o Presidente da República. O Ministro da Defesa é quem indicará os Comandantes de Força, para decisão do Presidente. Antes a indicação era das Forças, ouvido o ministro. O Ministro da Defesa também escolherá livremente os seus secretários, inclusive os militares. Até então, as próprias Forças indicavam os militares que deveriam ocupar secretarias militares na Defesa.
Para neutralizar a insatisfação militar com a END, o governo tenta ganhar os militares pelo bolso. Criou 227 cargos e 251 gratificações, no total de 488, ao custo anual de R$ 18,95 milhões . São os meios necessários para que o Ministério da Defesa implemente a Estratégia Nacional de Defesa (END) e aumente sua capacidade de coordenar a ação das Forças Armadas na execução das funções planejamento, orçamento, aquisição de produtos de defesa, preparação do pessoal militar, dentre outros objetivos.
O Ministério da Defesa salta de 1.187 servidores (609 civis e 578 militares) para 1.675 servidores ( 864 civis e 813 militares). São 225 cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, assim distribuídos: 10 DAS-5, 40 DAS-4, 76 DAS-3, 67 DAS-2 e 32 DAS-1. Também se somam 24 gratificações GR-IV; 4 GR-III; 5 Gratificações de Exercício em Cargo em Confiança do Grupo A; 106 do Grupo B e 23 do Grupo E; 32 Gratificações de Exercício de Cargo de Confiança devida a militares do nível V - Supervisor e 69 do nível II - Especialista.
A nova estrutura da Defesa foi tão importante para Lula que, ao sancionar a nova lei, semana passada, ele aproveitou para fazer uma gozaçãozinha com os militares: “Com essa lei, eu poderia ter mandado uma emendinha para mais alguns anos de mandato”.
ALERTA TOTAL (Imagem: Maria Helena Sponchiado)

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