"Dever cumprido", diz militar brasileiro que ajudou nos resgates
Rio de Janeiro - O sentimento é de dever cumprido, disse à Lusa um militar brasileiro que ajudou no salvamento de pessoas soterradas sob os escombros em Port-au-Prince depois do terramoto no Haiti de 12 de Janeiro de 2010.
Já de regresso ao Brasil, o tenente do Exército João Maurício Valdetaro descreveu à Lusa como foi a experiência de ter servido no 11º contingente brasileiro na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) e relembrou os momentos difíceis do resgate em que participou.
"O terramoto nos pegou de surpresa, ninguém esperava. Foi às 17 horas, ainda era dia, eu estava no alojamento e não tinha noção do que estava a acontecer. Estava no computador e tudo começou a balançar".
A primeira coisa em que Valdetaro pensou foi como avisar a família de que estava bem. Da base brasileira não se podia ter ideia do que havia acontecido nas ruas. Na base as instalações de contentores não desabaram.
"A gente não tinha noção do que ia encontrar na rua, da grandiosidade do problema. Saímos às ruas já a anoitecer e vimos muitos escombros. Só tive noção real quando vi o Palácio Nacional (sede do governo haitiano) caído na manhã seguinte", contou.
Naquela madrugada, descreveu, foram 24 horas de trabalho ininterruptas das forças de paz para tentar resgatar a população presa nos destroços.
O tenente Valdetaro integrou a equipa que fez o resgate na sede da ONU, que funcionava no Hotel Christopher, que desabou.
"Lá a gente encontrou muitos funcionários da ONU vivos. Resgatamos civis e militares", afirmou.
ANGOLA PRESS