Especialistas criticam lentidão de socorro militar ao caos no Rio
Somente no domingo a Força Aérea Brasileira começou a montagem de um hospital de campanha, em Itaipava
Felipe Dana/AP |
Nilson Mariano | nilson.mariano@zerohora.com.br
No sábado, quatro dias depois do início da catástrofe na região serrana do Rio de Janeiro, soldados do Exército apareceram carregando esquifes das vítimas de Nova Friburgo. Também no sábado, a Defesa Civil fluminense alertava que ainda havia povoados ilhados, sem água nem comida, devido à falta de helicópteros. Somente no domingo a Força Aérea Brasileira (FAB) começou a montagem de um hospital de campanha, em Itaipava.
Por que as Forças Armadas demoraram tanto a agir na tragédia no Rio?
Diante dos 628 mortos contabilizados até ontem, a pergunta se impõe. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica não poderiam ter sido mais rápidos? Editor do portal DefesaNet, Nelson Düring observa que "uma pesada burocracia" restringe o começo das ações militares. É o governo estadual que pede, a Presidência da República que autoriza, antes as Forças Armadas não podem se mexer.
— Nos momentos de crise, nota-se uma demora na ação de meios militares que seriam vitais, especialmente nas primeiras horas após o acontecimento — ressalta Düring.
O especialista diz que as Forças Armadas deveriam ter destacado mais helicópteros e blindados com lagartas para entrar nos locais inacessíveis da serra fluminense. Lembrou que, somente em Taubaté (SP), o Comando de Aviação do Exército dispõe de cem helicópteros. E que a Marinha tem outros tantos na sua base aeronaval de São Pedro da Aldeia, no Rio.
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