"O problema atual é: como vamos defender a Pátria com Forças Armadas desaparelhadas e que nem conseguem se defender direito dos ataques assimétricos e midiáticos de seus inimigos político-ideológicos?
Jorge Serrão
“Todo mundo tem o seu lado Davessa”. Menos a Sandy! A comportada cantora diz isto, no comercial da cerveja que ela nem bebe. Sandy devassa não convence! Mas seu papel contraditório na peça publicitária dá uma grande contribuição ao debate sobre o dúbio caráter tupiniquim-macunaímico.
A expressão Devassa aceita duas significações mais comuns em nosso vocabulário. Devassa seria a Mulher desprovida de pudores ou questões morais com relação ao sexo. Devassa também é o ato de invadir alguma privacidade, em busca de resultados para um fim específico.
A Devassa entrou na Ordem do Dia. Também é motivo de polêmica na área político-militar. A tal Comissão da Verdade não passa de uma Devassa no passado recente das Forças Armadas. A presidenta Dilma não abre mão da Devassa pós-64. As Legiões não querem provar desta cerveja amarga historicamente. Tomara que a batalha da Devassa não acabe em virada de mesa de bar.
Um dos principais argumentos das Forças Armadas contrários à implantação da Devassa (ops, Comissão da Verdade) é que não haveria mais como apurar fatos ocorridos no período dos governos dos presidentes militares:
"Passaram-se quase 30 anos do fim do governo chamado militar e muitas pessoas que viveram aquele período já faleceram: testemunhas, documentos e provas praticamente perderam-se no tempo. É improvável chegar-se realmente à verdade dos fatos".
"O argumento da reconstrução da História parece tão somente pretender abrir ferida na amálgama nacional, o que não trará benefício, ou, pelo contrário, poderá provocar tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão".
Eis o que está escrito no polêmico texto enviado ao Ministério da Defesa, que tanto irritou a Presidenta Dilma Rousseff. Os militares destacam que o Brasil vive hoje outro momento histórico e que comissões como essas costumam ser criadas em um contexto de transição política, que não seria o caso.
Os militares depressa receberam um troco do petismo. Vejam o que o cérebro do PT. José Dirceu, “escreveu” no Blog do Zé de 10 de março: “Ao ler a nota elaborada pelo Exército, endossada pela Marinha e a Aeronáutica e entregue ao Ministério da Defesa contra a aprovação pelo Congresso da Comissão da Verdade, sinto que a posição externada pelo conjunto das Forças Armadas no documento é mais grave do que pareceu à 1ª vista, até mesmo para os jornais que a publicaram e repercutiram a partir de ontem.
Zé Dirceu vai além: “Não dá para aceitar. Querem a reciprocidade, investigar a oposição e a resistência à ditadura? Investigar quem foi preso, torturado, condenado? Quem foi demitido e exilado, perseguido e viu sua família se desintegrar? Quem teve que viver na clandestinidade e no exílio para não ser preso e assassinado? Mas, estes todos já foram julgados. A maioria, apesar de civis, por tribunais militares de exceção e, quando condenados, cumpriram pena. Querem que sejam investigados e julgados duas vezes ou mais?”.
Dias antes, na edição do dia 2 de março do mesmo Blog do Zé, Dirceu expunha as verdadeiras intenções de seu grupo em relação às Forças Armadas: “Está mais do que na hora de pormos um fim à prática de exercícios físicos exagerados nas Forças Armadas e nas PMs. Na realidade, é preciso reformar por dentro essas instituições, suas escolas e seus sistemas de ensino, particularmente seus currículos. (...) Urge, também, e principalmente, uma reforma dos seus códigos legais, regulamentos internos e normas disciplinares, sem que com isso se esteja fazendo qualquer pregação quanto à quebra de hierarquia”.
A campanha contra as Forças Armadas é sistemática na mídia amestrada. No Estadão de hoje, página A9, tem uma reportagem indicando que é possível “investigar a verdade”, no caso do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, em 1971. O Ministério Público Militar já reabriu o caso, com base em documentos achados no Arquivo Nacional, que indica nomes de testemunhas a serem ouvidas.
No mesmo Estadão de hoje, outra recomendação subliminar pró-Devassa surge nas palavras do historiador José Murilo de Carvalho: “O Brasil caminha para ter Forças Armadas voltadas para sua profissão, alheias à política partidária, em contato com os setores da sociedade em torno de problemas de interesse nacional. Spo falta remover o último obstáculo, a questão dos desaparecidos durante a ditadura”.
Ou seja, pelas palavras do renomado pesquisador, no fim das contas, o cachorro do quartel nunca para ser posto para correr atrás do próprio rabinho abaixado... No Brasil, estamos sempre adiando a resposta à questão fundamental: “Que Forças Armadas precisamos e desejamos?”. Tal debate nunca acontece seriamente, de maneira “ampla, geral e irrestrita” como é desejável e necessário.
Devassa ou não? Esta não é a questão? O mais importante é identificar o que está por trás da Devassa. Certamente, não é o espírito histórico de desvendar a verdade – como sugerem alguns historiadores românticos. O buraco da Devassa é muito mais embaixo!
Por trás dos movimentos pró-Devassa, existe a evidente intenção de desmoralizar as Forças Armadas no Brasil. O objetivo psicossocial é criar uma antipatia tão grande com as Legiões. Para que se chegue à “natural conclusão” de que o Brasil não precisa tanto de Forças Armadas.
Os inimigos das Legiões fazem o serviço para a Oligarquia Financeira Transnacional que deseja manter o Brasil como uma simples plataforma subdesenvolvida para exploração de recursos naturais, financeiros e humanos. Eles querem desmoralizar o Exército, Marinha e Aeronáutica porque sabem muito bem que a destinação institucional das Forças Armadas é a Defesa Incondicional da Pátria.
O problema atual é: como vamos defender a Pátria com Forças Armadas desaparelhadas e que nem conseguem se defender direito dos ataques assimétricos e midiáticos de seus inimigos político-ideológicos?
Um País só se desenvolve se: investir na educação do povo, empregar plenamente seus fatores e recursos produtivos e tiver Forças Armadas para garantir sua soberania.
Ou mudamos o rumo, ou acabaremos na sarjeta da história, como qualquer bêbado que toma cerveja ruim e depois constata que seu País não tem dono...
ALERTA TOTAL