Com o maior contingente militar atuando pela reconstrução do Haiti, cerca de 2.350 homens e mulheres, o Exército Brasileiro deverá acompanhar a divulgação do resultado das eleições daquele país, prevista para o próximo dia 31, além da posse dos novos dirigentes e a composição do Parlamento haitiano. Mantendo rodízio entre as tropas brasileiras, o novo batalhão assumiu neste mês, em Porto Príncipe, capital do Haiti. Formado por 810 militares, o 2º Batalhão de Infantaria de Força de Paz (Brabatt 2) deverá permanecer por seis meses e terá como principal missão garantir a tranquilidade durante o restante do período eleitoral.
Além disso, as tropas, comandadas pelo coronel de infantaria Henrique Martins Nolasco Sobrinho, deverão se manter na linha de frente das atividades de assistência humanitária e de reestruturação daquele país. O trabalho do Exército brasileiro faz parte da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah).
A equipe brasileira chega ao Haiti após um ano do último terremoto que matou 250 mil pessoas, 18 delas militares brasileiros. No período ainda houve epidemia de cólera, ciclone extratropical, que provocou enchentes, e o furacão Tomas, que causou deslizamentos de terras.
Designado para representar a Câmara Federal na comitiva que acompanhou neste mês a posse do novo grupo militar brasileiro no Haiti, o deputado cearense Raimundo Gomes de Matos (PSDB) relata que o Brasil é, atualmente, o país de maior credibilidade no Haiti. “Você tem um diálogo cordial com a população. E isto facilita, inclusive, determinadas ações de vigilância e de organização. Tanto é que o Brasil foi galgado nessa posição de coordenar a Minustah por toda essa identidade e essa facilidade de comunicação.”, aponta o parlamentar.
Fora da agenda
Gomes de Matos indica que, atualmente, o comando de 18 países é feito pela generalidade brasileira, à frente da coordenação de todas as ações, como policiamento, organização e cuidados com a saúde. É nas dependências físicas do comendo brasileiro, inclusive, que estão armazenadas as cédulas de votação da eleição presidencial do país.
Observando certa perda de mobilização por parte da ajuda internacional ao Haiti, o parlamentar diz que a tendência que a atuação brasileira permaneça intensa. “A presença do Brasil ainda não sente nenhuma deficiência, nenhum fracionamento nessas ações. Eu acredito que o Brasil será o grande indutor, a partir dessas eleições, de efetivamente dar segurança para empossar o Parlamento, para empossar os novos gestores”, opina.
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ENTENDA A NOTÍCIA
O Haiti é o país mais pobre da América Latina e a forte ação internacional, liderada pelo Brasil, apresenta-se fundamental à construção de um futuro melhor para o país. Um exemplo, sem dúvida, da nossa capacidade de inserção.
SAIBA MAIS
A situação do Haiti ainda constitui ameaça para a paz internacional e a segurança da região. Por isso, o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu estabelecer a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), comandada pelo Exército Brasileiro.
A Minustah teve início no ano de 2004 e é composta por 8.358 militares e 1.858 policiais. O Brasil é o país com maior contingente no Haiti, com cerca de 2.350 homens e mulheres, e é quem comanda o braço militar da missão.
O POVO Online
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