Batalha do Riachuelo
Conflitos da América Latina
Batalha do Riachuelo, 1872 Victor Meirelles ( SC, 1832- RJ, 1903) Óleo sobre tela – Monumental: 400 cm x 800 cm Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro |
Um conflito político, degenerou em guerra aberta, quando o Paraguai em Novembro de 1864 atacou o navio brasileiro Marquês de Olinda, cortou relações diplomáticas com o Brasil e invadiu território brasileiro no mês seguinte.
Durante os primeiros meses do conflito, o exército paraguaio, o mais poderoso de todo o continente toma a ofensiva.
Porém, embora com a vantagem em terra sobre os seus adversários a marinha do Paraguai não tinha possibilidade de enfrentar a marinha brasileira, que era superior em qualidade e numero de navios. Ocorre que sem controlar o rio Paraná, o Paraguai não podia apoiar eficientemente as suas forças expedicionárias, que corriam o risco de ficar cercadas.
Com o objectivo de ganhar a vantagem táctica também no campo naval, os paraguaios atacaram a esquadra brasileira fundeada nas proximidades da desembocadura de um dos afluentes do rio Paraná.
O ataque foi iniciado de madrugada.
Os navios paraguaios apareceram na neblina, quando os navios brasileiros estavam ancorados próximo à margem.
A juntar à artilharia dos seus navios, os paraguaios tinham ainda enviado artilharia terrestre para a margem do rio, como objectivo de garantir a destruição dos navios brasileiros.
Embora com mais e melhores navios, a violência e rapidez do ataque paraguaio, deixou as forças brasileiras desorganizadas e em clara desvantagem táctica.
A frota paraguaia, passa em frente aos navios brasileiros, e dispara várias «bordadas» praticamente sem que houvesse resposta brasileira.
Depois que os paraguaios seguem em direção a nascente, a frota brasileira, sai do ancoradouro para perseguir os paraguaios, que voltaram para junto da costa do lado norte.
Mas era uma armadilha, e a esquadra brasileira caiu nela. Ao tentar perseguir os paraguaios os navios brasileiros aproximam-se demasiado da costa, e ficam ao alcance da artilharia que os paraguaios tinham colocado em terra. A frota brasileira desorganiza-se. Muitos dos navios brasileiros são adequados à navegação no mar e encalham nas águas rasas das margens do rio.
Aproveitando a confusão, os navios paraguaios voltam a aproximar-se da esquadra brasileira, com o intuito de tomar os navios, o que lhes permitiria utiliza-los no futuro.
A batalha transforma-se então durante o fim da manhã e até ao fim da tarde numa indescritível confusão. Considera-se normalmente a opção tomada pelo comandante da esquadra brasileira, de utilizar a vantagem do tamanho dos seus navios contra os navios paraguaios abalroando-os foi um dos factores decisivos para o desfecho da batalha, que parecia tender para o lado paraguaio, porque estes tinham vantagem numérica em termos de homens, nas tentativas de abordagem que efectuaram.
As tácticas pouco ortodoxas e mais ou menos desesperadas dos brasileiros, acabaram por deixar os atónitos paraguaios sem capacidade de resposta, tendo ao fim do dia retirado.
A batalha do Riachuelo, foi um ponto de viragem numa guerra que até ali parecia favorecer o Paraguai. Sem o controlo do rio Paraná, fronteira entre o território paraguaio e as suas tropas no sul do Brasil e no Uruguai, o Paraguai perdeu a iniciativa e a partir daí a guerra foi travada em território paraguaio.