Aeronáutica vai investigar se houve fraude no voo da morte
Empresário que pilotava helicóptero que caiu na Bahia estava com habilitação vencida
A Aeronáutica investiga quem liberou o plano de voo do empresário Marcelo de Almeida, encerrado tragicamente com a queda no litoral baiano do helicóptero pilotado por ele e a morte de pelo menos quatro pessoas. Mantida em sigilo, a investigação tem o objetivo de detectar o controlador que teria autorizado o voo da morte e se houve falha durante a consulta ao banco de dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma vez que a habilitação do empresário estava vencida e ele legalmente não poderia pilotar.
Coordenador da 23ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin) de Eunápolis (BA), Evy Paternostro, afirmou ontem que as informações publicadas com exclusividade por O DIA na edição de ontem, na reportagem “Piloto do voo da morte tinha licença vencida”, serão fundamentais para as investigações da Polícia Civil sobre a queda do helicóptero Esquilo PR-OMO, na noite de sexta-feira, em Porto Seguro (BA). Quatro pessoas morreram e outras três estão desaparecidas, entre elas a namorada do filho do governador do Rio.
“Essas informações certamente vão nos auxiliar na apuração das possíveis causas da queda”, afirmou Paternostro. Cópia da reportagem será anexada ao inquérito. A Anac preferiu não comentar ontem o teor da reportagem.
Dados falsos para liberar voo
Um dos principais objetivos da investigação da Aeronáutica é identificar quem liberou o plano de voo de Marcelo. Algumas hipóteses estão sendo apuradas. A primeira é de que o piloto teria informado dados falsos, dando número de habilitação de outro piloto, com validade renovada.
A outra é a possibilidade de a base de dados da Anac ter falhado na consulta feita pelo controle de tráfego aéreo. Ou, ainda, de que o empresário conheceria os agentes do controle do espaço aéreo local e avisou o plano de voo já decolando (por rádio ou telefone, o que é permitido) e nada sobre habilitação foi checado. Tal procedimento é irregular e abre processo investigatório contra o controle.
Como o empresário é bastante influente, ele pode ter avisado só para garantir sua segurança de voo. A Força Aérea Brasileira só vai se manifestar oficialmente, porém, quando a investigação for concluída.
O DIA
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