Jeep Ford 1942: o modelo que foi do Exército Brasileiro na 2ª Guerra
O carro deveria ser leve e resistente, pois eram transportados por cargueiro até território inimigo e desembarcados
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Foto: Antigo Motors/Jocelino Leão |
Antigo Motors/Fernanda Lopes
Novembro de 1944. Brasileiros acostumados ao sol e samba, lutam para sobreviver em meio à neve e gritos de horror na Itália fascista. Neste mês tentam, pela primeira vez, tomar a região de Monte Castello, que junto às demais tropas aliadas venceriam meses depois, em Fevereiro de 1945. “A Força Expedicionária Brasileira – FEB contou com Jeeps, que serviram como cães fiéis, ultrapassando as mais diversas condições sobre quatro rodas. O Jeep Ford GPW 1942 da matéria pertenceu ao Exército Brasileiro durante a 2ª Guerra”, conta a pesquisadora do Portal Antigo Motors.

O carro deveria ser leve e resistente, pois eram transportados por cargueiro até território inimigo e desembarcados. Deveriam ser de fácil manutenção, ter tração 4x4, capacidade para 3 passageiros e uma metralhadora, transporte de carga de 250kg, daí decorrendo sua designação oficial de “Caminhão Utilitário para finalidades gerais, ¼ ton., 4x4”, velocidade máxima em torno dos 80km/h e mínima de 5km/h, o equivalente ao caminhar de um soldado, entre outros predicados. O projeto original é da American Bantam Car Company, aperfeiçoado pela Willys Overland, que fizeram parceria na fabricação. Em 1941 a pressão era tamanha, que a participação da Ford como segunda montadora se tornou inevitável para atender o mercado, seguindo padrão Willys.

Na ocasião da compra, o arquiteto vendeu sob uma condição: que assumisse o compromisso de restaurá-lo sem modificar suas características originais. Cumpriu a promessa e o levou para mostrar. O antigo dono ficou emocionado.Hoje é figura constante em desfiles militares oficiais. Fascinado por história, o condutor deste jeep militar conta algumas aventuras que viveu, “tudo aconteceu por causa deste carro”.

Os veículos tiveram papel importante na participação brasileira na 2ª Guerra, diz o motorista, narrando os perrengues sofridos pelos heróis. “Passaram fome, frio, destruição, famílias arrasadas, miséria e violência... Até hoje os italianos valorizam a conquista do modo de vida livre. Só quem passou por isso sabe o peso que tem”, afirma. E os jeeps seguiram levando munição, armamento, feridos, cadáveres, suprimentos e outros ítens. “Muita gente não tem consciência dessa importância”, lamenta.

“Os brasileiros ficaram conhecidos como libertadores, por terem subjugado os tedescos”, conta. Até hoje as crianças italianas aprendem na escola a Canção do Expedicionário, bem diferente das brasileiras. Existe um movimento de resgate da história militar do Brasil na 2ª Guerra, especialmente na região sul e sudeste. Mas deve demorar até surtir efeito, infelizmente.

Agradecimentos ao Jeep Clube do Brasil (www.jeepclubedobrasil.com.br), Associação Brasileira de Preservadores de Veículos Militares - ABPVM, Marco Cesar Spinosa e Julio Florez.
Para fotos outras exclusivas, acesse o Portal Antigo Motors.