Marinheiras dão primeiro beijo após queda de restrição para gays
As marinheiras Marissa Gaeta (esq.) e Citlalic Snell dão beijo após 80 dias separadas |
Após a revogação da regra "não pergunte, não fale", que proibia gays de exporem sua opção sexual nas forças armadas americanas, duas marinheiras lésbicas foram as primeiras a darem o cobiçado beijo de boas vindas, na quarta-feira, depois de uma delas ficar mais de 80 dias no mar. As informações são da AP.
A oficial de segunda classe Marissa Gaeta desembarcou do USS Oak Hill e, ainda de uniforme, recebeu um beijo de sua parceira, a oficial de terceira classe Citlalic Snell. O gesto fez com que a plateia gritasse e balançasse bandeiras ao redor das duas.
"Com certeza é algo novo", disse Gaeta aos jornalistas após o beijo. "É bom ser eu mesma. Já faz um bom tempo", completou. A marinheira foi recebida com um sorriso por Citlalic e logo as duas atraíram uma pequena multidão de jornalistas que estavam no local, mas que não sabiam o que estava por vir até instantes anteriores ao gesto de carinho.
"Ela me disse sobre o primeiro beijo há alguns dias e eu meio que pirei - no bom sentido -, mas é claro que estou um pouco nervosa. Eu a estava esperando desde que partiu", disse Citlalic.
O comandante do USS Oak Hill, David Bauer, afirmou que o beijo provocou uma reação positiva na tripilação após saberem da notícia. "Nós vamos seguir e isso não vai ofuscar as grandes conquistas dessa tripulação nos últimos três meses", disse.
A embarcação retornou de uma missão na América Central, onde os 300 tripulantes participaram de exercícios militares em Honduras, Guatemala, Colômbia e no Panamá.
As duas marinheiras são controladoras de fogo, responsáveis por manter e operar o sistema de armas das embarcações. Elas se conheceram quando dividiram quarto na escola de treinamento e estão juntas há dois anos, período que elas afirmam ter sido difícil por causa do "não pergunte, não fale".
A regra que permitia que gays pudessem servir nas forças armadas americanas desde que não falassem abertamente sobre sua opção sexual foi revogada em setembro, após 18 anos em vigor.
TERRA/montedo.com