Exército é braço direito da PF
XANDU ALVES
O Exército Brasileiro prendeu 13 garimpeiros nas últimas três semanas na região amazônica, em conjunto com a Polícia Federal. Eles operavam
ilegalmente dentro da reserva indígena Yanomami, na região sul do Estado de Roraima.
As operações de combate a crimes fazem parte das atribuições do Exército na faixa de fronteira, extensão territorial de 150 quilômetros de largura medida a partir da linha da fronteira. O país faz divisa com nove nações e com o Departamento Ultramarino Francês da Guiana, alcançado 17 mil km de fronteira, sendo que 11 mil km estão na Amazônia.
Para se ter uma ideia da dificuldade em fiscalizar esse imenso território, os Estados Unidos têm cerca de 3.000 km de fronteira com o México, fortemente patrulhada, e mesmo assim há casos de imigração ilegal e outros crimes.
"Os Estados Unidos contam com aparato militar, policial e tecnológico, além de muros, e não conseguem vedar a fronteira. Imagine a nossa", disse o general de Exército Eduardo Villas Bôas, comandante militar da Amazônia.
Parceria
Para dar conta dessa imensa área de fronteira, o Exército recebeu a delegação, através de lei complementar, de exercer poder de polícia na faixa de fronteira. As ações sempre ocorrem em conjunto com outros órgãos federais, como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Polícia Federal, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Funai (Fundação Nacional do Índio) e Polícia Rodoviária Federal.
"A inteligência do Exército levanta dados de crimes na fronteira e compila com informações dos órgãos para as operações", disse o general de brigada Franklimberg Ribeiro de Freitas, comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
Índios
Nas reservas indígenas, os militares têm combatido fortemente os garimpos ilegais. As ações são planejadas e executadas a partir de dados obtidos com os índios, que denunciam a atuação dos garimpeiros.
Na região sul de Roraima, na fronteira com a Guiana, a reportagem do jornal O VALE acompanhou uma operação conjunta entre Exército, PF e Ibama para localizar áreas de desmatamento, chamada de Operação Baixo Rio Branco.
Segundo o tenente coronel Alfredo Santos Taranto, comandante do 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva, em Boa Vista, as ações foram concentradas ao longo da BR 210 e de estradas vicinais, com diversos bloqueios, e patrulhas de helicóptero. "Confirmado o desmatamento, o proprietário é autuado", disse ele.
Diário de Mogi/montedo.com