Imagens mostram outro recruta sendo espancado em quartel no PA
Aeronáutica diz que está investigando os dois casos denunciados.
O mesmo grupo de soldados seria responsável pelas duas agressões.
Imagens feitas com um celular mostram pelo menos oito soldados agredindo recruta dentro de quartel da Aeronáutica em Belém (Foto: Reprodução/TV Liberal) |
Após a agressão a um recruta dentro de um quartel da Aeronáutica em Belém, uma segunda vítima denunciou outro caso à TV Liberal, afiliada à Rede Globo no Pará. As imagens gravadas com um celular mostram um grupo de soldados em um alojamento. Um deles derruba um colega, que passa a ser agredido pelos demais. Sem resistir, ele recebe vários chutes e golpes simultâneos. Um dos companheiros chega a pular sobre ele. O espancamento só termina quando um dos agressores pede para que os demais parem.
Segundo a Aeronáutica, este espancamento também aconteceu no último dia 20 de julho, e teria sido praticado pelo mesmo grupo de soldados que agrediu outro recruta. Os dois casos foram denunciados pelas vítimas e inquéritos foram instaurados para apurar os casos. Seis agressores já foram identificados.
O vídeo foi cedido por um soldado que prefere não se identificar. "É como se fosse um batismo para eles. Acho que é uma espécie de divertimento, uma brincadeira. Eles gostam de exibir, gravam e depois ficam rindo. Até mesmo para ver o que eles fizeram para, da próxima vez, fazer um pouco pior", conta o militar.
O tenente coronel Ronaldo de Andrade, comandante do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica, diz que o as denúncias estão sendo investigadas e que os casos serão tratados pela Justiça Militar. Ele garante que os agressores serão punidos. "De qualquer maneira, no mínimo na esfera disciplinar eles serão tratados com a expulsão", garante.
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Entenda o caso
Imagens gravadas com um celular, no último dia 20 de julho, mostram um recruta da Aeronáutica sendo torturado por outros militares dentro do alojamento do Hospital da Força Aérea Brasileira, localizado em um quartel, em Belém. O jovem é obrigado por um grupo de soldados a marchar, fazer exercícios físicos e, ao final do "trote", é espancado. Alguns dos homens pulam sobre o rapaz, que permanece sem reagir às agressões e fica encolhido no chão até o fim da violência.
Ao assistir as imagens do primeiro caso denunciado, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil classificaram o crime como tortura e pediram que os responsáveis sejam julgados pelas agressões.
G1 PA/montedo.com