Presidente do Superior Tribunal Militar visita Bagé e fala sobre temas polêmicos do Exército
Durante todo o dia de ontem, o presidente do Supremo Tribunal Militar (STM), general Raimundo Nonato de Cerqueira, cumpriu agenda em Bagé.
Encontro com servidores bajeenses serviu para o oficial conhecer a unidade (Francisco de Assis) |
O objetivo foi realizar uma visita técnica à Auditoria Militar do município, a exemplo do que ele deve fazer nas 19 auditorias existentes no país.
“O regimento prevê visita a todas as auditorias. Tomei posse no dia 15 de março e comecei essas visitas por Brasília e agora aqui no sul”, explica, complementando que já visitou Porto Alegre e Santa Maria no Estado. Estabelecer contato com o juiz auditor, verificar a necessidade e discutir problemas orçamentários e processuais são alguns dos focos das visitas.
À frente do STM até julho do ano que vem, quando se aposenta, ele diz que as metas do órgão estão previstas no Plano Estratégico da Justiça Militar da União. Além do presidente, o STM conta com mais 14 ministros, totalizando 10 militares e cinco civis. A presidência é estabelecida por meio de votação dentro de um esquema de rodízio entre as forças militares e civis. Mas, de acordo com o general, tem sido respeitada a tradição da antiguidade.
Os funkeiros e os excessos
Sobre a recente condenação dos ex-militares que dançaram o Hino Nacional em 2011, o general falou com cautela. “É um assunto delicado. A condenação aconteceu porque houve, sim, um desrespeito a um símbolo que não é somente dos militares, mas de todo o povo brasileiro”, limitou-se a dizer, ressaltando que a finalização do julgamento é que deverá definir se aconteceu crime ou não.
Questionado sobre as constantes denúncias de abusos nos treinamentos militares, o presidente do STM afirmou que o Exército tem rigor extremo para tratar qualquer tipo de exagero. “Mas é importante dizer que existe diferença entre exagero e treinamento pesado, que é uma característica do treinamento militar. Existem normas que devem ser seguidas para evitar esses exageros que, se acontecerem, serão analisados pelo Ministério Público e pelo juiz. O Exército tem tido pulso firme nessa questão”, pondera. Ele ressalta, ainda, que os treinamentos são pesados para que o soldado esteja preparado em caso de conflitos reais. “Treinamento pesado, combate fácil”, diz ele, citando um jargão militar.
O Minuano/montedo.com