Humberto Trezzi | humberto.trezzi@zerohora.com.br
"Projeto nos dá segurança jurídica para realizar prisões e apreensões", destaca Tulio Cherem
Quase nada vai mudar na rotina dos militares brasileiros com a aprovação do projeto de lei que autoriza as Forças Armadas a realizarem prisões.
— Mas vamos prender, sim, se necessário. O projeto nos dá segurança jurídica para realizar prisões e apreensões, algo que não tínhamos antes — analisa o general Tulio Cherem, chefe do Comando Militar do Sul (CMS), unidade que comanda as tropas do Exército nos três Estados sulinos.
O projeto, que concede poder de polícia às Forças Armadas, é de iniciativa do governo federal e por isso sua sanção por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é dada como certa.
O general, catarinense de nascimento, se mostra bastante ponderado e parcimonioso na sua análise, em entrevista concedida a Zero Hora. Ele teme que a população confunda a missão do Exército — que é a defesa do país contra inimigos externos — com a ação das polícias, que é a segurança interna.
O oficial assegura que as coisas continuarão como estão, inclusive na fronteira. As Forças Armadas e as polícias continuarão atuando de forma conjunta. A diferença é que, em eventuais operações isoladas, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica já dispõem de um mecanismo legal que lhes permite fazer ações típicas de polícia, principalmente contra contrabando e tráfico de drogas.
Cherem também admite que as Forças Armadas, como contrapartida para essa nova missão de ajudar no policiamento de fronteiras, vão reivindicar mais tropas e mais equipamentos. Especialmente para a Região Amazônica, prioridade atual do Exército.
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