Orçamento das Forças Armadas é baixo, diz ministro da Defesa
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
Em sua primeira audiência no Senado após assumir o ministério da Defesa, Celso Amorim criticou nesta quinta-feira o baixo investimento federal nas Forças Armadas.
Falando na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Amorim disse que o montante gasto pelo país com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica é o menor dentre todos os países do BRIC (sigla do grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia e China).
De acordo com o ministro, os R$ 60 bilhões anuais do setor representam cerca de 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, quando nos outros países do grupo esse percentual é de, no mínimo, 2,2% (China).
No início do ano, a compra de equipamentos militares sofreu um revés, devido ao contingenciamento geral de R$ 50 bilhões ordenado pelo governo. Só a Defesa perdeu cerca de R$ 4,3 bilhões.
Com isso, por exemplo, a negociação para a compra de 36 caças para a FAB (Força Aérea Brasileira), cujo custo pode chegar a R$ 10 bilhões, foi paralisada.
"É necessária, [mas] a crise econômica dificulta uma decisão imediata [sobre esse programa]", disse Amorim.
Mesmo adotando um tom duro sobre a falta de dinheiro, ele poupou a presidente Dilma Rousseff, dizendo que ela tem "enorme compreensão" da necessidade de reaparelhar as Forças.
Para o ministro, o investimento militar tem como um dos principais objetivos a proteção dos recursos naturais do país. "É preciso dizer: não vem que não tem."