Reinaldo Azevedo
Vejam esta foto de André Lessa, da Agência Estado.
1 - De um lado, o privilégio inaceitável; de outro, o povo,
2 - De um lado, a democracia usurpada; de outro, a Constituição.
3 - De um lado, o exercício da vontade pela violência; de outro, o estado de direito.
4 - De um lado, o desperdício do dinheiro público; de outro, a sua aplicação eficiente.
5 - De um lado, o privilégio de minorias; de outro, a vontade da maioria.
6 - De um lado, o uso ilegítimo da força que oprime; de outro, o uso legítimo que liberta.
7 - De um lado, séculos de opressão; de outro, a Aurora da Lei.
É evidente que, na foto, o povo veste farda.
É evidente que, na foto, povo é a Polícia Militar.
É evidente que, na foto, quem se coloca como bastante procuradora das liberdades civis é a PM.
Revejam a imagem. Os policiais estão sendo provocados, instados a reagir, a quebrar o nariz desses babacas. Mas foram devidamente treinados para suportar suas tolices.
O bobinho que resolveu oferecer uma flor ao policial poderia estar fazendo uma referência à Revolução dos Cravos, em Portugal. Para tanto, precisaria ter mais informação, não? Ele certamente se deixou inspirar pela abertura daquela ridícula novela do SBT, “Amor e Revolução”. É um misto de Karl Marx com Silvio Santos.
Hoje é um bom dia para lembrar a Itália — ainda falarei sobre a queda de Berlusconi, o bufão. Pier Paolo Pasolini, cineasta italiano assassinado em 1975, era de esquerda. Nos embates do começo dos 70 entre estudantes extremistas e a polícia, deixou irados setores ditos “libertários” de seu país ao afirmar o óbvio: no confronto entre estudantes e soldados, o povo eram os… soldados!
Quase 50 anos depois, assistimos a essa patetice no Brasil.
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