Operação coíbe desvio e furto de explosivos usados em crimes no Norte
Pelo menos 150 quilos de dinamite foram apreendidos nesta segunda-feira
850 soldados e oficiais participaram da ação = Foto: Marielise Ferreira / Agencia RBS |
marielise.ferreira@zerohora.com.br
O combate ao uso irregular de explosivos é um dos principais focos da Operação Ágata 5 no norte do Estado. O número crescente de casos em que explosivos foram usados para assaltar bancos, explodindo caixas eletrônicos e cofres bancários, fez com que o Exército Brasileiro intensificasse as ações na região, área de grande concentração de pedreiras e centro de mineração.
Em Frederico Westphalen, mais de 850 soldados e oficiais participaram da ação, que teve apoio da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e feito pente-fino em locais com indícios de uso irregular de explosivos.
Pedreiras, locais usados para mineração e paióis de armazenamento de explosivos em Frederico Westphalen, Ametista do Sul e Planalto, foram vistoriados em busca de irregularidades. Pelo menos 150 quilos de dinamite foram apreendidos, 100 deles em uma única pedreira de Ametista do Sul. O material estava vencido.
Mas mais do que o furto de dinamite, o Exército está preocupado em coibir os desvios do material, que ocorrem dentro dos depósitos autorizados. Os furtos são compulsoriamente comunicados ao Exército, que consegue manter um controle mais efetivo sobre o material. Mas os desvios não tem a mesma facilidade de controle.
Atribuição única do Exército, a fiscalização destes produtos controlados é feita durante o ano todo em vistorias com as empresas e pessoas autorizadas e ainda operações surpresa como a desta segunda-feira.
Conforme o general Alvaro Gonçalves Vanderlei, que chefia a operação no norte do Estado, para verificar se houve desvio, o estoque e histórico de cada utilização de explosivo é comparado às tabelas do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral, que determinam a quantidade de explosivos que deve ser usada para produzir o calcário ou basalto.
— Comparamos a produção de cada empresa com o número de explosivos utilizados e se esta conta não fechar é porque houve desvio de materiais controlados — salienta o general.
Todo material liberado pelo exército possui código de barras e pode ter a origem rastreada, mas isto não facilita as investigações de assaltos e explosões a caixas eletrônicos. É que depois de detonado, não há como ligar o explosivo ao ponto de onde foi furtado ou desviado. Outro obstáculo ao trabalho da polícia, é o contrabando deste material.
Conforme o delegado da Polícia Federal Fabrício Argenta, desde o ano passado foram realizadas diversas apreensões de dinamite que vem sendo trazida do Paraguai.
Conforme dados da Secção de Fiscalização de Produtos Controlados do 27º Grupo de Artilharia de Campanha, que abrange 60 municípios na região do Planalto, 102 pessoas e 48 empresas possuem registro e estão autorizadas a trabalhar com explosivos na região. São 150 minas em operação, que se tornam alvos fáceis para o furto ou desvio.
Em operações similares realizadas em 2011, foram apreendidos 235 explosivos de emulsão e 640 cartuchos de diversos calibres.
A Operação Ágata 5 deve continuar na região por tempo indeterminado. Também estão sendo realizadas 194 barreiras no Estado em vias urbanas, fluviais e estradas, para revistar veículos que possam estar transportando de forma irregular explosivos e armas.
ZERO HORA/montedo.com
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