14 de janeiro de 2010

HAITI: BRASIL INICIA PLANO EMERGENCIAL DE SOCORRO E ENTERROS


 
Laryssa Borges
O governo brasileiro, representado no Haiti pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, dá início nesta quinta-feira a um plano emergencial para socorrer as milhares de vítimas do terremoto que varreu a capital Porto Príncipe e agilizar o sepultamento dos mortos na tragédia. As autoridades brasileiras, que desembarcaram no país caribenho nesta quarta, elencaram como prioridades, além do enterro dos corpos, o socorro médico aos feridos, a remoção de destroços, o reforço da segurança nas operações e a distribuição de água e comida para a população. A logística de atendimento à população haitiana será discutida ainda hoje com o presidente do país, René Préval.
De acordo com o Ministério da Defesa, a ordem é que, em um primeiro momento, o Brasil comece a socorrer os desamparados no Haiti com seus próprios meios e, em seguida, negociar apoio para reforço com demais países que ofereceram ajuda aos haitianos e com organismos internacionais. Na noite de ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e disse que o governo brasileiro estava interessado em integrar o grupo de países doadores do Haiti e agilizar a entrega de medicamentos, alimentos e kits de sobrevivência aos desabrigados e desalojados.
Na avaliação do ministro Nelson Jobim, que relatou a situação no Haiti nesta quinta-feira ao presidente Lula, a participação imediata do Brasil se justifica pelo fato de, como as instalações das Nações Unidas no País também foram afetadas pelos tremores de terra, é possível que a entidade demore a articular socorro às vítimas. Também pesa como fator para a celeridade do Brasil no atendimento à população caribenha a certeza de que os haitianos associam a missão de paz ao Brasil mais que aos organismos internacionais.
"Não podemos esperar. Se há problemas, temos de passar por cima dos problemas", disse Jobim conforme relato do Ministério da Defesa.
De acordo com o Ministério da Defesa, 15 engenheiros serão enviados ao Haiti para reforçar o Batalhão de Engenharia do Exército, que também vai receber equipamentos pesados da construtora OAS, que realiza obras no país, para auxiliar na retirada dos escombros e desobstrução das ruas, principalmente para garantir o acesso da ajuda humanitária e serviços de resgate.
Os engenheiros brasileiros também ajudarão no sepultamento dos corpos. A grande quantidade de mortos espalhados pelas ruas preocupa as autoridades pelo risco de epidemias e contaminação. O governo brasileiro vai sugerir às autoridades haitianas a indicação de um local para construção de um cemitério.
Pelo menos dois hospitais de campanha brasileiros serão montados em Porto Príncipe. As equipes e equipamentos para o primeiro, da Aeronáutica, devem seguir ainda hoje para o país caribenho. Também deverá ser enviado hospital de campanha da Marinha, além de kits do Ministério da Saúde com medicamentos para atendimento básico. Após o terremoto, muitos haitianos foram buscar socorro na sede da missão brasileira.
Até para receber a ajuda humanitária internacional, o Haiti deverá enfrentar dificuldades. A avaliação do governo brasileiro é que será necessário montar estrutura para armazenamento e distribuição dos alimentos que já começaram a chegar ao país.
As tropas brasileiras também deverão atuar no reforço da segurança de comboios de ajuda humanitária e hospitais de campanha, para evitar saques e invasões.
AGÊNCIA BRASIL

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