Brasil testa em março maior projeto de fibras subaquáticas do mundo
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O Centro Integrado de Telemática do Exército, em parceria com órgãos de defesa, RNP, Telebras, Eletrobras, Padtec e o governo do Amazonas desenharam um plano ambicioso de interligação de diversos municípios da região amazônica com fibras. A partir de março, começa a ser testado o piloto do projeto, que promete resolver a conexão em toda a região Norte do País. Trata-se do "Conexão Norte", que prevê a implantação de 7,7 mil km de fibras óticas nas calhas dos rios. "É o maior programa de fibras subaquáticas do mundo e foi concebido seguindo as disposições, objetivos e incentivos do Plano Nacional de Banda Larga", afirma o vice-chefe de TI do Exército, general Santos Guerra, que apresentou o projeto ao ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, nesta sexta-feira, 23.
O projeto-conceito será testado no rio Negro, com extensão de 12 km. Para essa primeira etapa, o Exército conta com a parceria da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RPN) e órgãos do governo do Amazonas. Segundo o general, a meta é levar a banda larga das cidades amazonenses de Coari a Tefé ainda este ano, com custo estimado em R$ 15 milhões. Para isso, pretende contar com outros parceiros, como a Telebras e a Eletronorte.
No total, o Conexão Norte terá seis rotas óticas diferentes, totalizando 7,7 mil km, complementando as rotas de telecomunicações existentes com o intuito de estabelecer novo marco de desenvolvimento para o País. As localidades a serem atendidas ficam próximas tanto do oceano Atlântico quanto do Pacífico, na divisa com países vizinhos. O projeto também prevê o estabelecimento de data centers na região. A expectativa é atender a uma população estimada em sete milhões de pessoas, conforme a apresentação feita a Berzoini.
Na fase 1 estão planejadas duas rotas: uma passando por Belém, Macapá e Manaus, de 2 mil km e outra ligando Manaus a Tabatinga/AM pelo Rio Solimões, de 1,7 mil km.
Na fase 1.2 está prevista uma rota Manaus/Iauareté pelo Rio Negro, de 1,4 mil km, e outra Panacarica/Caracaraí (Roraima) pelo Rio Branco, de 391 km.
Já a fase 2 compreende três rotas, uma ligando Caracaraí a Pacaraíma pela BR 174 (Roraima), de 350 km, outra rota ligando Itaquatiara/AM a Porto Velho, de 1,1 mil km e uma ligando Macapá ao Oiapoque, submarina, de 815 km. O total de pessoas cobertas pelas rotas é estimado em 7 milhões.
Para o presidente da RNP, Nelson Simões, – que também esteve presente na reunião com Berzoini – as rotas serão suficientes para assegurar às 29 universidades da região Norte, que hoje são abastecidas por conexões via satélite, as mesmas condições de conexão que as instaladas nas demais regiões. "Além do mais, mais de 90% da população da Amazônia vive em comunidades ribeirinhas, sem acesso, portanto, aos serviços de banda larga de qualidade", afirmou.
O valor total do empreendimento não foi divulgado pelo general, mas ele garante que com o aval do governo será possível captar mais parceiros para o projeto, diluindo os custos. Outra vantagem da iniciativa, segundo Santos Guerra, é de que será utilizada apenas tecnologia nacional nas rotas.
TELETIME/montedo.com