20 de janeiro de 2015

Ela já foi capitão do Exército. Agora é capitã.

Hannah Winterbourne é a primeira oficial transexual do Exército britânico. 
Percebeu que tinha que fazer a mudança de sexo depois de ter combatido no Afeganistão.


O momento em que um militar sai da base para ir para servir numa zona de conflito é uma experiência que pode definir o resto da vida. Hannah Winterbourne, capitã no Exército na área de engenharia mecânica e eletrotécnica, não podia estar mais de acordo. Ela é agora a primeira oficial transexual do Exército britânico e quando serviu no Afeganistão ainda era “ele”.

“No Afeganistão eu vivia uma mentira, estava sempre a atuar para todos à minha volta. Não havia uma pausa para eu parar a atuação. Antes, eu tinha meu tempo, onde podia ser honesta comigo mesma. No Afeganistão não podia fazer isso [partilhava a tenda com mais sete soldados], então esse foi o pontapé que precisei para me assumir, para me mudar e mudar a maneira como vivia a minha vida”, contou ao Daily Mail.


De Inglaterra para o Afeganistão, até à Alemanha

As viagens com o Exército foram também as viagens da vida da oficial. Estava a treinar em Campo Bastion, na Alemanha, quando tomou a decisão que a ia mudar, literalmente. Faria a operação de mudança de sexo.
Desde cedo que já se sentia mulher, mas com a sua profissão era sempre tratada como um homem. Mesmo quando se assumiu era difícil que a tratassem de outra forma. O tratamento hormonal deu-lhe “autoconfiança”: “Agora sinto-me feliz o suficiente para conseguir descer uma rua como mulher.”
Hannah contou ao Independent que embora tenha havido quem reagisse em choque, a mudança não afetou o seu dia-a-dia. E justifica: “Não é uma coisa com que se lide todos os dias no Exército.” A capitã comanda atualmente 100 soldados e afasta a ideia de que o exército seja antiquado, acrescentando que é “um excelente empregador” para os soldados transexuais. E o objetivo é tornar-se ainda melhor. Hannah é a representante dos transexuais no exército britânico, um departamento que pretende ser uma ponte, de forma a ajudar na educação e no bem-estar.
A capitã conta com o apoio da organização, da família e com uma autoestima redobrada que faz com que tenha planos muito ambiciosos para o futuro dentro do exército.
OBSERVADOR/montedo.com

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