11 de agosto de 2017

"Invasão": Exército amplia efetivo na fronteira com a Venezuela

Exército amplia efetivo em cidade de RR na fronteira com a Venezuela e militares patrulham nas ruas
Ao todo, 36 militares de Boa Vista foram enviados à região de fronteira nesta semana. Reforço ocorreu após pedido de prefeito de Pacaraima citar aumento de violência na cidade, diz Exército.
Adultos, idosos e crianças vivem nas ruas de Pacaraima, cidade na fronteira com a Venezuela (Foto: Inaê Brandão/G1 RR/Arquivo)
Adultos, idosos e crianças vivem nas ruas de Pacaraima, cidade na fronteira com a Venezuela
(Foto: Inaê Brandão/G1 RR/Arquivo)
Emily Costa, G1 RR
O Exército reforçou o efetivo em Pacaraima, cidade em Roraima na fronteira com a Venezuela, e militares estão patrulhando nas ruas, informou nesta sexta-feira (11) o general Henrique Dutra, comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
De acordo com ele, o reforço foi feito na terça-feira (8) quando 36 homens se unirão aos 60 militares que já atuavam na região. Com a mudança, os militares passaram a patrulhar também nas ruas da cidade.
Pacaraima fica a menos de 20 KM de Santa Elena de Uiarén, cidade na Venezuela, e é a principal porta de entrada de venezuelanos que decidem cruzar a fronteira. Também na terça, a governadora Suely Campos pediu ajuda federal para manter a segurança na região.
Na fronteira entre Brasil e Venezuela, o limite entre os dois países é marcado apenas por cancelas  (Foto: Emily Costa/ G1 RR)
Na fronteira entre Brasil e Venezuela, o limite entre os dois países é marcado apenas por cancelas
(Foto: Emily Costa/ G1 RR)
O general, no entanto, explica que a decisão de ampliar o efetivo não tem relação com o pedido da governadora e foi tomada após o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (PRB), procurar o Exército e pedir o reforço em virtude da "sensação de insegurança na fronteira".
À medida que aumenta a tensão política e a crise de desabastecimento na Venezuela cresce o número de imigrantes em todo o estado, incluindo na capital Boa Vista e na cidade fronteiriça. Alguns imigrantes vivem nas ruas e até em banheiros públicos da cidade de Pacaraima, que fica a 200 KM da capital.
"O prefeito veio aqui ansioso com a questão da segurança na cidade. Ele disse que o índice de violência lá [em Pacaraima] estava aumentando e enviamos à tropa ao município", afirma.
O G1 tentou contato com o prefeito Juliano Torquato, mas as ligações não foram atendias.
Com o envio dos homens a cidade, alguns foram destacados para patrulhar nas ruas do muncípio juntamente com a Polícia Militar.
"Como o pessoal mais habilitado a fazer patrulhamento nas ruas de município é a Polícia Militar, convidei o comandante da PM para intensificarmos a presença do exército e da PM nas ruas da cidade".
General Henrique Dutra, comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, diz que reforço foi enviado à fronteira na terça-feira (8) (Foto: Emily Costa/G1 RR)
General Henrique Dutra, comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, diz que reforço foi enviado à fronteira na terça-feira (8) (Foto: Emily Costa/G1 RR)
No entendimento do general, o reforço do efetivo está dentro da normalidade, faz parte de operações rotineiras e já ocorreu em outras ocasiões. Ele disse que não há previsão para a redução e nem outro aumento do efetivo na fronteira.
"No momento não temos mais nenhuma necessidade de enviar mais militares daqui para lá", pontuou o general.

Imigração venezuelana
Números da Polícia Federal mostram um aumento crescente do número de imigrantes cruzando a fronteira da Venezuela com o Brasil.

Venezuelanos lotam posto da PF e Pacaraima para pedir visto e entrar no Brasil (Foto: Emily Costa/G1 RR)
Venezuelanos lotam posto da PF e Pacaraima para pedir visto e entrar no Brasil (Foto: Emily Costa/G1 RR)
Em 2015 foram registrados 230 pedidos de refúgio de venezuelanos em Roraima. Um ano depois esse número subiu para 2.230 e até junho de 2017 já bateu a marca de 6.438 solicitações.
Conforme dados divulgados pela Polícia Federal em Roraima, a maioria dos venezuelanos que estão imigrando para Roraima são de Caracas, capital do país. Mais de 58% são do sexo masculino e jovens entre 22 e 25 anos.
A maioria dos estrangeiros que vem para o estado são estudantes (17,93%), seguidos por engenheiros (6,21%), médicos (4,83%) e economistas (7,83%).
No Brasil, eles buscam trabalho. Nos últimos sete meses, o Ministério do Trabalho no estado (MTE-RR) registrou um recorde de emissão de carteiras de trabalho a venezuelanos. Nesse período foram quase 3 mil carteiras entregues a cidadãos venezuelanos. Em 2015, emitiram-se apenas 257 documentos, e 1.331 em 2016.
G1/montedo.com

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