No fundo, a França considera ingênuos e até contraproducentes os esforços do Brasil na questão
Letícia Constant
Em sua edição desta sexta-feira, Le Monde analisa que a França está pondo “panos quentes” em suas declarações sobre o documento para não irritar o Brasil e, assim, garantir a venda dos seus caças Rafale, numa política de continuidade da tão anunciada parceria estratégica bilateral. Além disso, o chefe de Estado Nicolas Sarkozy tem todo o interesse em não perder o apoio do Brasil com a proximidade da presidência francesa do G20, em 2011.
O artigo comenta que, no fundo, a França considera ingênuos e até contraproducentes os esforços do Brasil na questão. O teor do acordo seria muito supérfluo para impressionar as grandes potências que, por unanimidade, acham que o Irã manipulou os emergentes para ganhar tempo. A prova disso foi a rapidez com que os Estados Unidos anunciaram um outro acordo, desta vez sobre um texto de sanções ao Conselho de Segurança da ONU, contendo pela primeira vez um embargo à venda de armas ao Irã.
Enquanto os americanos não medem as palavras, a França, ao contrário, toma todos os cuidados em cada declaração para não chatear o Brasil. No comunicado do Palácio do Eliseu no dia seguinte à assinatura, foram usados termos como “reconhecimento e apoio ao presidente Lula por seus esforços”, sem nem mencionar a participação da Turquia.
Em seguida, a França relembrou que o problema iraniano está muito além de um simples projeto de troca de urânio, sendo preciso o fim do enriquecimento a 20%. Pouco depois deste comunicado, Lula e Sarkozy se encontravam em Madri, às margens de uma cúpula, e uma fonte do Eliseu anunciava que a França estava confiante quanto à venda dos Rafale para o Brasil. Le Monde termina sua análise comparando a moderação do discurso francês sobre o acordo com o tom altamente crítico dos Estados Unidos. FONTE: RFI
O artigo comenta que, no fundo, a França considera ingênuos e até contraproducentes os esforços do Brasil na questão. O teor do acordo seria muito supérfluo para impressionar as grandes potências que, por unanimidade, acham que o Irã manipulou os emergentes para ganhar tempo. A prova disso foi a rapidez com que os Estados Unidos anunciaram um outro acordo, desta vez sobre um texto de sanções ao Conselho de Segurança da ONU, contendo pela primeira vez um embargo à venda de armas ao Irã.
Enquanto os americanos não medem as palavras, a França, ao contrário, toma todos os cuidados em cada declaração para não chatear o Brasil. No comunicado do Palácio do Eliseu no dia seguinte à assinatura, foram usados termos como “reconhecimento e apoio ao presidente Lula por seus esforços”, sem nem mencionar a participação da Turquia.
Em seguida, a França relembrou que o problema iraniano está muito além de um simples projeto de troca de urânio, sendo preciso o fim do enriquecimento a 20%. Pouco depois deste comunicado, Lula e Sarkozy se encontravam em Madri, às margens de uma cúpula, e uma fonte do Eliseu anunciava que a França estava confiante quanto à venda dos Rafale para o Brasil. Le Monde termina sua análise comparando a moderação do discurso francês sobre o acordo com o tom altamente crítico dos Estados Unidos. FONTE: RFI