Os Ministérios Públicos Federal e Militar suspeitam que o Governo Federal pagou à empresa por serviços prestados por militares do Exército Brasileiro, por meio do 1º Batalhão de Engenharia de Construção (1º BECnst), responsável pela execução da infraestrutura básica da obra.
PF investiga irregularidades no Aeroporto e na BR-101
PF investiga irregularidades no Aeroporto e na BR-101
Dono de empreiteira envolvida em denúncias doou R$ 150 mil para campanhas do PR em 2010
Allan Darlyson allandarlyson.rn@dabr.com.br
Sérgio Henrique Santos sergiohenrique.rn@dabr.com.br
Mais um escândalo de corrupção ronda o Partido da República (PR). A Polícia Federal (PF) abriu quatro inquéritos para investigar supostas irregularidades na prestação de serviços da empresa Pedreira Potiguar, na construção das pistas do aeroporto de São Gonçalo do Amarante e em obras da BR-101, entre Natal e Parnamirim. O proprietário da empresa, José Arantes Hosto, doou R$ 150 mil para o PR, na campanha eleitoral do ano passado. Desse valor, R$ 75 mil foram entregues em nome da Pedreira Potiguar e R$ 75 mil em nome de outra empresa dele.
MPF requisitou abertura de inquérito relativo às obras na pista do terminal de São Gonçalo do Amarante Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
Segundo o soldado, a Pedreira Potiguar atua somente no fornecimento de insumos para a execução da obra. Ele frisou que, em nenhum momento, a empresa forneceu mão-de-obra para a execução do projeto, como prevê o edital de contratação. "Desde o início da obra, nós do Exército estamos fazendo todos os serviços. A empresa só vem aqui deixar o material. Nós fomos pegos de surpresa com a notícia de que eles deveriam estar construindo a pista", declarou.
O batalhão tem um convênio com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para a construção das pistas aeroporto, que será construído e gerido pela iniciativa privada. As suspeitas são de desvios de verbas públicas e prática de fraude em quatro licitações do Exército, vencidas pela Pedreira Potiguar entre 2008 e 2010.
A Procuradoria Militar encontrou evidências, como confirmou o soldado à reportagem, de que parte dos serviços de construção de canaletas nas pistas de pouso e nos pátios do novo aeroporto foi feita por soldados do batalhão e não por funcionários da empresa, como previa o edital de uma das licitações. Segundo o MPF, a concorrência de R$ 13,2 milhões foi feita pelo 1º BEC em 2008. Desse total, já foram pagos R$ 12,6 milhões.
A autora da requisição de abertura do inquérito é a procuradora da República Cibele Benevides Guedes da Fonseca. A Procuradoria de Justiça Militar no Recife informou já ter indícios de pagamentos à empresa em troca de material produzido na usina de asfalto do próprio batalhão, ao contrário do previsto na licitação.