Eliane Souza
A família do soldado Leonardo Pavão Rodrigues, 19 anos, que morreu depois de receber um disparo, possivelmente acidental, do colega de farda, Adriano Moreira Rafael, dentro do 9º Batalhão de Suprimentos do Exército, na madrugada de 11 para 12 de julho, anunciou que vai acionar judicialmente as Forças Armadas por considerar que houve negligência.
O primo de Leonardo, Maxwel Lopes, que é acadêmico de direito, destaca que no entendimento jurídico, o Exército Brasileiro foi negligente na condução disciplinar. Para sustentar esta ideia, a defesa aponta que o soldado que estava no posto da guarda jamais poderia ter saído de seu local de trabalho para ir acordar Leonardo para assumir suas funções. A obrigação seria de um cabo responsável pela guarnição naquele dia.
Outro ponto apontado pela família é que, segundo a conduta do Exército, as três primeiras balas que estavam na arma do soldado que disparou deveriam ser de borracha e não de metal. “Se fossem como manda o regulamento, de borracha, o tiro não teria matado meu primo”, diz Maxwel.
Ainda de acordo com o advogado da família de Leonardo, é questão de disciplina no exército não entrar armado em alojamento. “O exército foi o negligente de toda a história porque se as regras disciplinares estivessem sendo cumprida, o Leonardo estaria vivo”, defende.
O soldado Leonardo estava em seu último plantão, já que na sexta-feira seguinte daria baixa no exército, inclusive esta era mesma situação do autor do disparo. A mãe dele, Marli Lopes, lavou e guarda a farda que o rapaz utilizava no dia que foi morto. O rapaz era separado e deixou uma ficha de pouco mais de um ano.
Próximo passo
No dia 21 de julho foi feita a reconstituição da morte do soldado Leonardo. Agora, a família aguarda o Ministério Público Militar se pronunciar oferecendo denúncia de homicídio culposo ou doloso. Depois disto, se não ficar satisfeita, a família pretende recorrer.
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