8 de setembro de 2011

ALEMÃO: NOTÍCIA SOBRE MORTE DE JOVEM "FOI PLANTADA PARA PIORAR O CLIMA", DIZ GENERAL

General contesta informações sobre morte de jovem durante tiroteio no Alemão
Mulher identificada como Carla da Silva teria dito que sua sobrinha teve morte cerebral após ser atingida por bala perdida no Complexo do Alemão
Reforço no patrulhamento é adotado em razão do tiroteio no Complexo do Alemão, no RioFoto: Wilton Junior/Agência Estado
O comandante militar do Leste, general Adriano Pereira, contestou a informação dada por uma moradora de que a sobrinha dela teria sido morta por uma bala perdida durante tiroteio no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Ana Lúcia da Silva teria sido baleada na noite de terça-feira, conforme relato de Carla da Silva, tia da vítima.
Segundo Carla, a adolescente chegou a ser socorrida, mas teve morte cerebral declarada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Penha.
O Exército não confirmou essa ocorrência.
— Passamos a noite com nossa inteligência procurando em todos os hospitais. Isso foi uma coisa plantada para piorar o clima — disse o general Adriano Pereira.
Ele declarou ainda que é improvável que uma ação como a de ontem (terça-feira) se repita.
— Dificilmente vai voltar a acontecer o que ocorreu ontem. Foi um tiro no pé do tráfico. Ficou claro para a população que houve uma orquestração. O tráfico não quer a nossa presença lá — disse.

Reforço do patrulhamento no Alemão:
O Exército vai enviar um reforço de 200 militares para o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em resposta aos conflitos de ontem à noite no conjunto de favelas. O efetivo, que está à disposição do comando da operação e só aguarda o pedido para se dirigir ao local, vai complementar o adicional de 100 fuzileiros já enviados pelo Exército.
Além disso, as comunidades da Baiana e do Adeus e mais onze pontos próximos estão ocupados por 120 homens da Polícia Militar por tempo indeterminado, informou o comandante da instituição, Coronel Mário Sérgio.
As duas localidades, de onde partiram os disparos de ontem à noite, não estão incluídas na área ocupada pelo Exército desde novembro do ano passado.
— O objetivo é vasculhar o local e procurar criminosos que estejam portando armas — disse o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, em entrevista coletiva realizada no Comando Militar do Leste.
Segundo o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, um "número muito pequeno" de traficantes teria entrado de carro nas comunidades pela Vila Cruzeiro. Ele ressaltou que os últimos episódios não vão alterar o cronograma de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em comunidades do Rio.
O Comando Militar do Leste atribuiu os disparos a traficantes de fora que tentavam entrar no complexo por meio dessas comunidades. Os distúrbios teriam começado no domingo, depois que militares perseguiram dois jovens flagrados vendendo drogas. Os soldados teriam entrado em um bar para onde os traficantes fugiram.
O general Adriano Pereira explicou que os soltados teriam "perdido o controle", utilizando spray de pimenta e fazendo disparos com balas de borracha. Disse ainda que quatro homens do Exército estão afastados e que foi aberto um inquérito para apurar o que houve.
— Ali começou o erro, (que foi) não perceber que se tratava de uma armadilha — afirmou o general ao atribuir o episódio a uma armação de pessoas ligadas ao tráfico.
Ele refutou a versão de que o que motivou a reação dos militares foi a recusa dos frequentadores de baixar o som da TV.
O militar admitiu que o Exército respondeu aos disparos feitos pelos traficantes com armamento pesado. Também confirmou que ainda há tráfico na região e que traficantes de fora eventualmente circulam na área.
— Existe tráfico lá dentro. Não há paz completa — resumiu.
O comandante afirmou ainda que o Exército vai voltar a ser mais rigoroso nas revistas, mas prometeu respeito aos moradores da localidade.
Na noite de terça-feira, um intenso tiroteio causou pânico entre os moradores do complexo do Alemão entre as 20h e 23h. Foram usadas granadas e armas de grosso calibre, além de balas traçantes, visíveis no escuro.
ZERO HORA

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