Operação militar coíbe atividades ilícitas na fronteira com a Colômbia
Cerca de 3 mil militares das Forças Armadas e agentes de
outros órgãos de Estado atuaram na Operação Ágata 1
(Centro de Comunicação Social das Forças/ MD)
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A Operação Ágata divulgou na quinta-feira (1º) o primeiro balanço de suas atividades. Ao longo de duas semanas – desde o dia 5 de agosto -, cerca de 3 mil militares das Forças Armadas e agentes de outros órgãos de Estado atuaram na fronteira amazônica com a Colômbia. A equipe participou da interdição de garimpos e madeireiras ilegais, do reconhecimento e destruição de três pistas clandestinas usadas por traficantes e da realização de patrulhas navais conjuntas com o país vizinho.
As ações militares, na avaliação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), surtiram o efeito desejado. “Incrementamos a presença do estado brasileiro na faixa de fronteira e inibimos a ação das organizações criminosas que atuam na área”, afirma o general-de-exército João Carlos Vilela Morgero, chefe de Preparo e Emprego do EMCFA.
De acordo com o general Vilela, a Ágata 1, como foi chamada a operação realizada na fronteira com a Colômbia, serviu também para potencializar o poder de atuação da força terrestre na Amazônia e para integrar as Forças Armadas aos demais entes estatais envolvidos na operação.
Além de efetivos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, participaram da Ágata 1 agentes da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Receita Federal, do Ibama, entre outros.
Trinta e cinco aeronaves foram utilizadas na operação, incluindo helicópteros de ataque, caças da Força Aérea Brasileira (FAB) e uma aeronave remotamente pilotada (ARP), mais conhecida como Vant.
Em uma de suas missões, o Vant identificou uma pista de pouso clandestina em São Gabriel da Cachoeira (AM), a 70 quilômetros da fronteira com a Colômbia. Segundo informações, a pista seria usada por traficantes como ponto de apoio no transporte de drogas.
Outras duas pistas clandestinas foram localizadas e, posteriormente, destruídas por aeronaves da FAB. Em cada missão, quatro caças A-29 Super Tucano lançaram oito bombas de 230 kg contra os alvos.
Também em São Gabriel da Cachoeira, militares apoiaram o trabalho dos agentes da Receita Federal na fiscalização de estabelecimentos comerciais de material de construção. Foram apreendidas aproximadamente 16 toneladas de cimento sem documentação da Receita Federal.
Durante a operação, foram localizados ainda um garimpo ilegal, na comunidade indígena Tucanos, e uma área de desmatamento ilegal, localizada dentro de uma reserva indígena. Uma aeronave foi deslocada para a região e registrou uma serraria em funcionamento. Agentes federais e militares apreenderam 30 m³ de madeira beneficiada extraída ilegalmente.
Vários meios navais foram utilizados em operações ribeirinhas e atividades cívico-sociais (Aciso) nas calhas dos rios Solimões, Içá, Negro e Japurá. Neste último, coube ao Navio-Patrulha Fluvial “Roraima” (P30) realizar ações de presença, patrulha e inspeção naval.
Durante as atividades de controle fluvial, 2.860 embarcações foram abordadas. Vinte delas foram notificadas, outras 15 foram apreendidas – entre elas, uma balsa com uma carga de peixes ornamentais. Segundo agentes do Ibama, essas espécies possuem enorme valor comercial fora do País, o que estimula a pesca ilegal.
Ações sociais
Pelo menos 1.500 pessoas foram atendidas nas ações cívico-sociais realizadas pela Marinha, que resultaram em mais 6.500 procedimentos realizados. As ações médicas incluíram a realização de exames, inclusive mamografias, em moradores das comunidades locais.
Colômbia e Brasil compartilham uma fronteira de 1.645 quilômetros. Localizada na Amazônia, em áreas de difícil acesso, a área sofre a ação do narcotráfico, da mineração ilegal, da biopirataria e do contrabando de fauna e flora.
Dados de inteligência sugerem que houve relativa interrupção do fluxo de ilícitos no decorrer da Ágata 1. Isso teria se dado pela existência de rede de comunicações que informavam a atuação das Forças na região.
A Operação Ágata faz parte do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado pela presidenta Dilma Rousseff no início de junho. Dos 16 mil quilômetros da linha limítrofe, 9,5 mil são permeados por rios que nascem nos países vizinhos e descem em direção ao território nacional, servindo como rotas de atuação do crime organizado. Para enfrentar o problema, os ministérios da Defesa e da Justiça definiram 34 pontos de vulnerabilidade, que serão cobertos pelas Forças Armadas em sucessivas edições da Operação Ágata. A segunda fase da operação deve ser realizada ao longo do mês de setembro em local a ser definido.
Ministério da Defesa