Pesquisam supostas violações de meninos haitianos por capacetes azuis
Montevidéu - O Ministério uruguaio de Defesa anunciou que remeterá hoje à Justiça as denúncias e relatórios recebidos sobre supostas violações cometidas contra um menino haitiano por ao menos cinco soldados deste país sul-americano.
O Ministério confirmou ontem a recepção de um vídeo tomado desde um telefone celular, em que efetivos uruguaios, pertencentes à Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), comentem atos aberrantes" contra um menor.
Segundo o jornal Últimas Notícias na gravação os oficiais fazem uma "morta" (apertar-lhe os genitais) ao menino e golpeiam-no.
O titular de Defesa uruguaio, Eleuterio Fernández, assegurou que levariam a investigação até suas últimas consequências e, de se demonstrar a culpabilidade dos implicados, aplicariam as máximas sanções.
No meio de agosto passado uma organização civil haitiana, a Comissão de Investigação para o Desenvolvimento e a Organização, denunciou supostas violações e prostituição de menores por militares uruguaios em Port Salut no sul do país, a uns 174 quilômetros de Porto Príncipe.
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Abusam sexualmente deles e até lhes tomam fotografias com seus telefones quando estão nus, disse Ernso Valentinuna, um responsável por essa entidade.
Em uma mensagem enviada ao jornal digital HpnHaiti sustentou ademais que os soldados fumavam maconha em presença dos meninos.
Nem Nações Unidas, o Governo haitiano, a Minustah ou a Chancelaria uruguaia têm emitido até agora nenhuma declaração oficial sobre o tema.
A Minustah foi sucessora de uma Força Multinacional Provisória, autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU em fevereiro de 2004, quando o então presidente Jean Bertrand Aristide partiu ao exílio depois de um golpe de estado.
Esse contingente conta atualmente com uns 7 500 efetivos, entre oficiais e tropa, e com quase 1 900 polícias.