Exército só sairá de Fortaleza quando a ordem vier da presidente
Força Nacional de Segurança fazendo policiamento
na Avenida Beira Mar, durante a greve dos PMs
FOTO: Leonardo Heffer
|
Leonardo Heffer
O Exército Brasileiro, Força Nacional de Segurança, fuzileiros da Aeronáutica e todo o contigente enviado em apoio à segurança no Ceará durante a greve dos policiais militares irão permanecer no estado até que a presidente Dilma Roussef ordene a retirada das forças de apoio. A informação foi divulgada por meio de nota à imprensa, repassada pela 10ª Região Militar (RM).
Ainda de acordo com a nota, as forças de apoio devem permanecer até o reestabelecimento da ordem na capital. "A população deve permanecer tranquila, pois tal determinação federal somente acontecerá quando a normalidade for obtida", informa.
Além disso, o exército confirmou o aumento no contigente das forças de apoio no Ceará. "Há previsão de integrarem a Força CEARÁ, em curto prazo, 140 militares de do Exército, de Recife/PE, 2 blindados para transporte de pessoal, 30 militares da Força Aérea Brasileira e 230 militares da Força Nacional de Segurança Pública", completa a nota.
Na manhã de hoje, de acordo com a 10ª RM eram 160 viaturas nas ruas só para as forças especiais. Quanto às viaturas da Polícia Militar, algumas já estão fazendo o patrulhamento, mas o retorno de toda a frota deverá acontecer de forma gradativa, assim como o retorno dos policiais militares ao longo desta quarta-feira.
Também desde a noite de terça-feira (3), soldados do exército e PMs da Força Nacional de Segurança estão à frente do prédio da Superintedência da Polícia Civil e alguns prédios das delegacias da capital que tiveram suas atividades paralisadas, para garantir a segurança patrimonial. Os policiais civis entraram em greve após assembleia realizada ainda à noite.
Entre as reivindicações, os policiais civis pedem reajuste salarial de 60% do subsídio do delegado (o que representa um aumento de R$ 2 mil para R$ 4 mil, em média, segundo o Sinpoci), aumento no número de efetivo (ainda segundo o sindicato, são 1.800 policiais civis para todo o Estado, e que as 760 vagas do concurso para inspetor de 1ª classe não seriam suficientes para suprir a demanda). Além disso, a categoria pede que o governo passe a dar promoções para policiais que não possuem ensino superior, já que o Sinpoci diz que promoções para a categoria são concedidas apenas para policiais com nível superior completo.
A paralisação da Polícia Civil começou ainda durante as negociações entre os líderes do movimento grevista da PM e o governo do Estado, que chegaram a um consenso e encerraram a greve que já durava cinco dias.
NE10/montedo.com