28 de abril de 2012

Após trinta dias, Exército continua sem pistas do fuzil roubado no Paraná

Operação de busca ao fuzil completa um mês

Comandante do 16º Esquadrão, capitão Gustavo Daniel 
Coutinho Nascimento, em sua sala.
Hoje completa-se um mês do roubo de um FAL (fuzil automático leve) da sede da unidade do Exército em Francisco Betrão, o 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado. Neste mês, a situação da cidade, no que se refere à segurança, mudou.
Mudou para melhor, porque o patrulhamento de tropas do Exército, buscando o fuzil em todos os bairros da cidade, fez baixar os índices de violência e criminalidade. Francisco Beltrão recebeu reforço de tropas enviadas por outras unidades do 15º Batalhão de Infantaria Motorizado de Cascavel e a previsão é de que a operação continue e mais reforços sejam recebidos.
Oficialmente nada se sabe sobre a forma como o fuzil desapareceu, além da informação de que um soldado, que estava na sentinela, teria sido abordado por dois estranhos que lhe apontaram uma arma e exigiram a entrega do fuzil. O inquérito ainda não está concluído.
O comandante do 16º Esquadrão, capitão Coutinho Nascimento, concedeu a seguinte entrevista ao Jornal de Beltrão.

JdeB - Depois de todas as providências tomadas, que avaliação o senhor faz dessa operação toda de resgate ao fuzil?
Comandante Coutinho - Bom, com trinta dias, o que a gente conseguiu? O nosso inquérito militar está andando bem, a previsão é de concluir logo, com quarenta dias, e há possibilidade de ainda pedir mais vinte dias de prorrogação, e isso fica a cargo lá da justiça militar da união, que está sediada em Curitiba. A questão com a população está restrita mais ainda, porque a população ordeira aprova as nossas operações, e a gente continua, a operação continua para encontrar esse armamento, antes com muita força na rua, com muita tropa na rua e muita inteligência também, e agora com um mês a gente vai fazer um balanço, a minha intenção é fazer esse balanço na quarta-feira, para orientar o esforço.

JdeB - Caso o fuzil continue não aparecendo, tem um período que prossegue essa operação ou qual seria a previsão?
Comandante Coutinho - A gente está com trinta dias, e só de inquérito a gente pode ir até sessenta, e o desaparecimento seria um crime permanente, e a operação continua. O que a gente faz é orientar o esforço, redirecionando a tropa que está na rua, intensificando as ações de inteligência, de maneira a atingir o nosso objetivo, que é um só: tirar esse armamento da rua, um armamento letal que pode machucar muita gente.

JdeB - O senhor já determinou a utilização do ginásio de esportes para o alojamento do pessoal que vem de outras unidades e está prevendo, inclusive, utilizar o galpão crioulo da Cango para alojamento. Então a previsão é de que a operação continue, com mais gente de fora vindo pra Francisco Beltrão?
Comandante Coutinho - É, a gente está com um efetivo considerável e o Esquadrão é uma unidade pequena, se comparado com outras unidades, e como nós temos outras áreas, nós temos um campo de instrução, o Soldado Peloso, que fica lá no Luther King, e temos esse galpão crioulo, que fica aqui na Cango, e podemos lançar mão de ambas instalações para alojar a tropa.

JdeB - Uma avaliação positiva feita pela população é a de que baixou a criminalidade, principalmente nos bairros. E a população se pergunta: "por quê o Exército não faz operações como essa mais seguidamente", há essa possibilidade?
Comandante Coutinho - A gente tem que buscar nossa missão constitucional, a segurança pública não é missão nossa, particularmente do Esquadrão, ela está sendo eventualmente, por causa desse sinistro. Mas a aproximação da população pode se dar por outras maneiras, por exemplo, quando a gente faz um exercício, quando a gente monta um exercício de adestramento numa área, como no Viveiro Municipal, claro que quando a Prefeitura nos autorize, quando a gente solicitar, e isso faz com que a gente intensifique a presença na área, não por causa de um armamento desaparecido, mas por outra maneira, porque eu quero adestrar, eu quero fazer uma sobrevivência, eu quero simular um ambiente como se fosse de mata, como é que o soldado vai se comportar, porque isso faz parte do nosso adestramento. E a mesma coisa, a gente pode intensificar a presença até na parte de esporto, fazer atividades físicas, futebol, em locais distintos, que não no interior do quartel, e isso aí a gente também intensifica, porque imagina, por exemplo, duzentos e trinta militares correndo num bairro, sei lá, como a Sadia, então isso é presença de tropa também.

JdeB - Uma alteração que houve nas proximidades do quartel, a segurança está redobrada, até com dificuldade para o trânsito de veículos que são revistados quando passam aí. Isso também deve continuar enquanto permanecer essa operação da busca do fuzil ou vai ser sempre assim?
Comandante Coutinho - Essa questão da circulação das vias públicas, isso também não é atribuição nossa, por enquanto tem essa questão episódica do armamento, e a nossa ideia é fazer uma consulta com os órgãos responsáveis para saber da viabilidade ou não de manter dessa maneira.
Jornal de Beltrão/montedo.com

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