6 de junho de 2013

Salvos de virar sucata, blindados alemães comprados pelo Brasil viraram um bom negócio. Bom para quem, cara-pálida?

Um leitor do blog deu a dica, e lá fui eu verificar: como foi fartamente noticiado, inclusive por este blog, o Brasil adquiriu recentemente da empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann (KMW) um lote de 34 blindados Gepard, 8 dos quais irão integrar o sistema de artilharia antiaérea que vai garantir a segurança na Copa das Confederações. É bom lembrar que o material não atende as exigências para a Copa do Mundo de 2014, pois a FIFA requer sistemas com capacidade de atingir alvos até 15 km de altitude (o Gepard alcança até 5,5 km). Para a Copa, o Brasil negocia a aquisição de material russo.
O Gepard, desenvolvido na década de 60, utiliza tecnologia ultrapassada, tanto que, na Europa, já foi retirado de operação. Na América do Sul, os chilenos encomendaram um lote desses blindados há quatro anos, mas devolveram o equipamento após testar quatro unidades.
 Agora, veja estas imagens:
À direita, temos o Gepard em ação, durante demonstração feita pela KMW no Campo de Instrução de Formosa (GO), em outubro de 2011. À esquerda, um lote do mesmo blindado aguarda sua vez de virar sucata, num colossal desmanche de guerra alemão, situado em Rockensussra.
Assistam a reportagem de Marcos Losekan para o Jornal Nacional:

Perceberam? Para a empresa alemã, após virar sucata, cada blindado pode render até R$ 800 mil. Os 34 Gepard custarão ao Brasil cerca de R$ 78,4 milhões (30 milhões de euros). O custo unitário, portanto, fica em cerca de R$ 2,3 milhões, quase três vezes o valor obtido pelo desmanche.
Salvos (?) de virar lixo militar reciclável, os carros comprados pelo Brasil sofreram uma remodelação, tendo sido "recuperados" em 2010, recebendo novas tecnologias que, supostamente, permitirão que operem até 2030.
Certamente, um bom negócio.  A dúvida é: bom para quem, cara-pálida?
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