Brasileiro que comandará força militar da ONU na RD Congo faz visita de reconhecimento
MONUSCO/Sylvain Liechti |
O representante especial do secretário-geral na República Democrática do Congo, Roger Meece, anunciou nesta terça-feira (11) sua saída da Missão das Nações Unidas de Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO).
Meece fez o anúncio em Goma durante uma coletiva de imprensa no aeroporto que contou com a participação do novo comandante da força militar da MONUSCO, o general de divisão brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Santos Cruz foi nomeado para o cargo no último dia 17 de maio pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele substitui o general de divisão indiano Chander Prakash Wadhwa, cujo mandato foi concluído em 31 de março.
Em seu discurso à imprensa sobre questões de segurança, Roger Meece disse que manteve consultas permanentes com as autoridades provinciais de Kivu do Norte e da MONUSCO sobre a evolução da crise. “Esta última viagem a Goma consistiu em avaliar a situação de segurança, bem como recepcionar o novo Comandante da Força da MONUSCO, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que também veio para se familiarizar com a situação no terreno.
Do aeroporto, Roger Meece foi informado mais tarde pela Brigada de Kivu do Norte sobre a situação de segurança em geral dentro do quadro de trabalho do processo de paz, além de ter se encontrado com o governador de Kivu do Norte, Julien Paluku, representantes da sociedade civil e com o presidente da Assembleia provincial.
Mapa da RD Congo. Goma fica na região leste do país, onde os conflitos são frequentes. Imagem: CIA World Factbook |
Roger Meece passou três anos na RD Congo como representante especial do secretário-geral. Ele deverá deixar Kinshasa em julho de 2013, quando será substituído pelo alemão Martin Kobler, nomeado na última segunda-feira (10), que chefiava atividades da ONU no Iraque e já atuou nas forças de paz do Afeganistão.
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A segunda missão de paz do general
Santos Cruz: proteção de civis é a prioridade
Santos Cruz na colina de Munigi, com vista para a cidade de Goma. Foto: MONUSCO/Sylvain Liechti |
“A prioridade é a proteção de civis. Então, nós não aceitamos crimes, ataques contra a população ou contra as Nações Unidas, e vamos utilizar todos os meios a partir de agora”, disse Santos Cruz a jornalistas na coletiva em Goma, capital da província de Kivu do Norte. “Não é aceitável (para mostrar) tolerância em crimes como assassinato, estupros, saques, recrutamento forçado.”
A missão da ONU na RD Congo existe há 15 anos e é a maior da organização. Seu mandato tem como objetivo principal a proteção da população civil, que sofre com a ação de grupos rebeldes e milícias étnicas da região da África central, rica em minerais.
A missão possui quase 17 mil soldados, cerca de 500 observadores militares e 1.400 policiais. Outros 4.500 civis também integram a missão.
Em março deste ano, o Conselho de Segurança da ONU criou uma brigada de intervenção dentro da MONUSCO com o objetivo de combater os grupos armados.
Santos Cruz informou aos jornalistas que a nova unidade, prevista para ter cerca de 3 mil soldados, tem atualmente 40% do seu efetivo e deve estar funcionando plenamente até o final de julho. A brigada, composta de tropas da Tanzânia, Malauí e África do Sul, começou a ser implantada em Goma no dia 13 de maio deste ano.
ONU/montedo.com