6 de junho de 2013

Forças Armadas da Rússia realizaram maior exercício militar surpresa dos últimos 20 anos



Treinamento em maio envolveu 8.700 militares, 185 aviões de guerra e 240 veículos blindados.
Os maiores exercícios militares da Força Aérea e Defesa Antiaérea da Rússia em 20 anos foram realizados no último dia 27. Às 5h00 (horário de Moscou), 8.700 militares receberam a ordem para entrar em estado de alerta.
Os exercícios envolveram 185 aviões de guerra e 240 veículos blindados. O treinamento foi destinado a funcionários da Defesa Aeroespacial, Divisão da Defesa Antiaérea, 1º Exército da Força Aérea Russa (FAR) e Defesa Antiaérea do Comando Militar do Oeste.
Durante o exercício, alguns regimentos da Defesa Antiaérea do Comando Militar do Oeste armados com sistemas de mísseis antiaéreos S-300PMU2 Favorit foram transferidos da região de Leningrado, no noroeste da Rússia, para a região de Ástrakhan, no sul, para treinar o combate antiaéreo no campo de provas de Achuluk.
O “inimigo” convencional representado por alguns esquadrões de aviões de assalto levantou voo do aeródromo de Baltimore, perto de Voronej, para atacar alvos terrestres no campo de provas de Achuluk. No entanto, todos os mísseis de cruzeiro lançados pelos aviões “inimigos”, assim como as próprias aeronaves, foram destruídos pelo S-300.
Exercícios militares surpresa já haviam sido realizados nas Tropas Paraquedistas e no Comando Militar do Centro em fevereiro passado. No mês de março, o estado de alerta foi treinado no Comando Militar do Sul, Frota do Mar Negro e nas unidades da FAR, Defesa Antiaérea e Tropas Paraquedistas estacionadas nas regiões de Krasnodar e Rostov, no sul do país.

Inimigo imaginário
Embora os militares não tenham especificado quem se subentendia pelo “inimigo”, algumas suposições podem ser feitas. A Rússia se declarou repetidas vezes preocupada com os planos dos EUA de instalar um escudo antimíssil na Europa e reiterou sua preocupação em uma resposta do presidente Vladímir Pútin à carta do líder norte-americano, Barack Obama, e em uma conferência internacional sobre a segurança europeia em Moscou que precedeu os exercícios militares.
Além disso, às vésperas das manobras, o ministro da Defesa, Serguêi Choigu, visitou a estação de radar de aviso prévio contra mísseis Voronej-DM, colocada em operação na região de Kaliningrado. Portanto, tudo leva a crer que o papel de “inimigo” nos recentes exercícios foi reservado aos EUA e à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), já que só eles possuem hoje um potencial suficiente para testar a confiabilidade do sistema de defesa antimíssil russo.
Observadores militares estrangeiros não foram convidados, porque pela norma internacional só é preciso convoca-los quando os exercícios envolvem mais de nove mil homens. A cúpula do Ministério da Defesa reunida no dia 30 de maio estabeleceu continuar exercícios surpresa para testar a prontidão para o combate das Forças Armadas russas.
DefesaNet/montedo.com

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