No continente gelado
Empresa gaúcha vai estudar os impactos ambientais da reconstrução da Estação brasileira na Antártica
A empresa gaúcha Ardea Consultoria Ambeintal, assinou contrato com a Marinha do Brasil nesta quinta-feira
A expectativa da Marinha é que as obras iniciem efetivamente em 2014Foto: Estúdio 41 Arquitetura / Divulgação |
A Marinha do Brasil deu mais um passo para a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), que fica na ilha Rei George, na Antártica, nesta quinta-feira, quando assinou o contrato com a empresa gaúcha Ardea Consultoria Ambiental, que vai fazer a elaboração da avaliação de impacto ambiental do projeto.
A Ardea concorreu com outras 15 empresas, e foi selecionada por meio de pregão eltrônico, realizado pela Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), no dia 2 de julho. O contrato é de R$ 217 mil e a empresa terá um prazo de cinco meses para a execução do estudo.
Levando em conta dados geográficos, pois não há condições de ir para o continente nesta época do ano, biólogos, geólogos, engenheiros civil, ambiental e do trabalho, além de um químico, vão analisar o projeto de acordo com o bioma, os riscos e eventuais resíduos que a construção pode acarretar na Antártica.
— O estudo consiste em apontar como será feita a construção da estação de acordo com o bioma, no intuito de minimizar os impactos da obra no meio ambiente — explica o biólogo Nicolas Mascarello, da Ardea.
Segundo o comandante Geraldo Juaçaba, assessor para a reconstrução da nova Estação Comandante Ferraz, o estudo é fundamental para a conclusão do processo licitatório.
— A expectativa é que até o final do ano se conclua esta parte e que a efetiva construção inicie no verão de 2014 — projeta.
O processo de reconstrução
O processo de reconstrução Estação começou em janeiro deste ano, quando o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a Marinha do Brasil lançaram o edital do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz, a fim de selecionar o melhor projeto arquitetônico das novas instalações da estação científica brasileira na Antártica. 109 arquitetos se inscreveram e 74 projetos foram apresentados. A Estúdio 41 Arquitetura, do Paraná, venceu o concurso e foi contratada para elaborar os Estudos Preliminares, Anteprojetos e o Projeto Executivo. A empresa também vai prestar assessoria durante o processo licitatório.
A Estação será construída no mesmo local ocupado pela anterior, na Ilha Rei George, no interior da Baía do Almirantado, que foi destruída em um incêndio, em fevereiro de 2012. A nova estação terá capacidade para abrigar, no máximo, 64 pessoas. O edifício principal terá uma área total de aproximadamente 4,5 mil m² e o custo estimado para a obra é de R$ 110 milhões.
Além do Brasil, Argentina, Chile, China, Coréia do Sul, Equador, Estados Unidos, Peru e Polônia, desenvolvem programas de pesquisa na ilha Rei George.
Estação Provisória
A Marinha concluiu no fim de março as obras da estação provisória do Brasil na Antártica. A estação é composta por seis dormitórios, uma enfermaria, uma cozinha, um refeitório, um escritório, três banheiros, duas lavanderias, um módulo laboratório, um módulo oficina, três módulos para distribuição de energia, dois módulos para estação de tratamento de esgoto, um módulo para fornecimento de água e duas câmaras frigoríficas.
Zero Hora/montedo.com