Porto Alegre (RS) e Campo Grande (MS) – Em quase dez dias da operação Ágata 8 foram apreendidas mais de 32 toneladas de maconha e 121 quilos de cocaína que, ao passar pelo processo de refino, resultaria em cerca de uma tonelada. O maior foco do combate ao tráfico de drogas se concentrou na região Centro-Oeste, entre os municípios de Mundo Novo (MS) e Cabixi (MT).
Os dados preliminares foram apresentados ao chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, durante visita à região Sul do país onde ocorre a mobilização das tropas militares com o apoio de agentes governamentais. Somente no fim de semana, foram desbaratadas quadrilhas do tráfico internacional e apreendidas 30 toneladas de maconha no Centro-Oeste.
No Sul, uma ação rápida resultou em 260 quilos da droga. Após receber informação de que uma caminhonete trafegava com a substância ilícita, os militares montaram um posto de bloqueio na BR 277. Somente na região Sul, a Ágata 8 retirou 441 quilos de maconha e 12 quilos de cocaína, haxixe e crack.
“É a colaboração que as Forças Armadas dão para que a Copa do Mundo seja dos brasileiros e de todo o mundo”, avaliou o general De Nardi.
A operação Ágata é um dos eixos da defesa para a realização do campeonato mundial de futebol. Instituída por decreto da presidenta Dilma Rousseff, sob coordenação do Ministério da Defesa e comando do EMCFA, a mobilização militar conta com o emprego de cerca de 30 mil integrantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB).
“Este ano, por causa da Copa do Mundo, estamos realizando a operação em toda a faixa de fronteira, que vai do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS)”, contou o general De Nardi, que também está à frente da coordenação das atividades de defesa para o grande evento.
Região Centro-Oeste
Nas últimas horas, na área do Comando militar do Oeste (CMO), foram apreendidas 15 toneladas de maconha que somadas as 17 toneladas retiradas das quadrilhas de traficantes chegam a 32 mil quilos da droga. A apreensão realizada pelas forças militares foi decorrência de trabalho de inteligência envolvendo a Polícia Federal.
O general Juarez Aparecido de Paula Cunha, comandante do CMO, explicou que as ações contra o tráfico representam um incremento significativo em relação ao resultado do ano passado. “Para se ter ideia, na Ágata 7 apreendemos nove toneladas. Até agora conseguimos mais de 30 toneladas da droga. Essa última apreensão, de 15 toneladas, seguia para São Paulo”, contou o general Juarez em videoconferência realizada hoje (20).
Região Sul
Para concluir a série de visitas às áreas onde ocorrem a Operação Ágata 8, o general De Nardi desembarcou em Porto Alegre (RS). No domingo, ele esteve no Comando Militar do Sul (CMS), onde estão concentradas as atividades na fronteira com parte do Paraguai, Argentina e Uruguai. Na sala de comando e controle, a equipe do EMCFA tomou conhecimento dos resultados obtidos desde o dia 10 de maio, quando a Ágata foi deflagrada.
Coube ao comandando do CMS, general Antônio Hamilton Martins Mourão, detalhar o balanço da Ágata. Na ocasião, ressaltou também a intensa presença de estrangeiros do Haiti, Costa do Marfim e Senegal, naquela região, atraídos por agenciadores que utilizam eles como mão de obra de baixo custo. O general Mourão explicou que a integração tem se tornado principal fator no desenrolar da Ágata no Sul do país.
Após a exposição do general Mourão, a equipe do EMCFA conheceu o planejamento do Centro de Coordenação de Defesa de Área (CCDA) para a Copa do Mundo Fifa. O general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache informou que o modelo planejado para o país se aplica a Porto Alegre, com ampla integração entre as Forças Armadas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, a Superintendência Regional da Polícia Federal e a Prefeitura de Porto Alegre.
“Podemos assegurar que estamos prontos. Teremos um efetivo de 3.644 militares para atuarem em todos os dez eixos de defesa. Recebemos aqui em nosso CCDA imagens de câmeras instaladas nos principais pontos estratégicos da cidade, o que permite uma rápida tomada de decisão”, informou o general Pafiadache.
Uruguaiana
Ontem (19), a comitiva do general De Nardi esteve no município de Uruguaiana (RS). No Aeroporto Internacional Rubem Berta, os militares receberam um briefing da situação e foram conferir as atividades na fronteira do Brasil, da Argentina e do Uruguai.
Na divisa com a Argentina, a comitiva conheceu o caminhão scanner da Receita Federal. O equipamento é utilizado para vistoriar veículos que circulam entre os dois países. Depois, na fronteira com o Uruguai, o general De Nardi percorreu pequeno trecho da ponte que liga a “Passo de Los Libres” e, numa lancha, se deslocou até a Ilha Brasileira, onde os militares fizeram uma demonstração de atividades de fiscalização.
Ainda no Sul do país, a comitiva visitou uma ação cívico-social (aciso). As ações ocorreram num pequeno campo de várzea na cidade de Barra do Quaraí. Lá, os moradores puderam ter acesso a serviços odontológicos e médicos, além de corte de cabelo, vacinação e emissão de documentos, como carteira de trabalho e identidade.
“A operação Ágata se encerra dentro de mais uns dias. Com toda certeza cumprimos a missão que nos foi designada pela presidenta Dilma e pelo ministro da Defesa Celso Amorim. Agora vamos nos concentrar em outras atividades para a Copa do Mundo”, concluiu o general De Nardi. (Fotos: Jorge Cardoso)
DEFESA/montedo.com