17 de maio de 2014

Copa: Forças Armadas preparam plano de segurança com 3,6 mil homens no RS

Do número total de homens, 2,9 mil são do Exército e atuarão na Copa.
Ações estão sendo articuladas há dois anos, diz general durante coletiva.
Operação das Forças Armadas atuará durante a Copa do Mundo em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)
Operação das Forças Armadas atuará durante a Copa do Mundo em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)
Rafaella Fraga
Do G1 RS
Pelo menos 3,6 mil homens das Forças Armadas atuarão no Rio Grande do Sul durante a Copa do Mundo. A cidade recebe cinco partidas do Mundial entre junho e julho deste ano. A informação foi divulgada durante uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (16) em Porto Alegre. Do número total, 2,9 mil militares são do Exército.
As Forças Armadas elaboraram um plano de segurança que prevê atuação em 10 setores estratégicos, divididos entre Marinha, Exército e Aeronáutica. "Nossas ações serão completas. Por terra, ar e mar", resumiu ao G1 o general de divisão Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, coordenador de Defesa de Área de Porto Alegre.
As ações englobam desde o controle do espaço aéreo, que inclui a restrição de voos uma hora antes e ate três horas deois dos jogos, até patrulhamento contra ameaças químicas, biológicas e nuclear, monitoramento das fronteiras e segurança cibernética. Além disso, toda a extensão do Guaíba, ao lado do estádio Beira-Rio, palco das partidas na capital gaúcha, será patrulhada por navios e embarcações da Marinha.
O plano está sendo articulado para o evento há dois anos, ao lado de outras autoridades do estado. "O que me dá muita tranquilidade em Porto Alegre é que aqui tivemos uma integração entre as autoridades de segurança e a administração, governo municipal e governo estadual. Tivemos reuniões mensais para garantir que esse trabalho conjunto ocorra da melhor maneira possível", apontou o general.
Também terão atenção especial das Forças Armadas instalações e serviços fundamentais para a realização da Copa como telecomunicações e abastecimento de água e luz. "Imagina se cai a luz em meio a um dos jogos. O trânsito a redor fica impraticável, já que não haverá sinaleiras em funcionamento, por exemplo. E no inverno em Porto Alegre, fim de tarde já é escuro", comentou o general de Brigada Fernando José Soares da Cunha Mattos, chefe do Estado-Maior Cnjunto e Porta-Voz do Centro de Coordenação de Defesa de Área.
Militares do interior do estado foram convocados a integrar a equipe de operação no Mundial. Os soldados de São Gabriel, Cachoeira do Sul, Pelotas, Rio Grande, São Leopoldo e Sapucaia do Sul se apresentam na base de Porto Alegre no próximo domingo (18). Por uma semana, eles participarão de uma série de treinamentos, que fazem parte do último estágio de preparação para o evento esportivo.
O Ministério da Defesa recomenda que as tropas estejam à disposição 48 horas antes da chegada da primeira seleção à cidade-sede. Ou seja, no dia 6 de junho, os 3,6 mil homens das Forças Armadas estarão em Porto Alegre aptos a atuar. A previsão é que a delegação do Equador, que ficará hospedada no Hotel Vila Ventura em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre durante todo o período do Mundial, chegue ao estado no dia 8 de junho. A operação militar da Copa do Mundo vai até 30 de junho, podendo ser prorrogada.

Eventual participação em protestos
Preocupação recorrente das autoridades de segurança, as tropas do Exército, apesar de não estarem permanentemente nas ruas, ficarão de prontidão para atender situações de emergência e crise. Esses militares podem ser acionados pelo governador do estado e pela Presidência da República para assegurar a ordem pública e o funcionamento de serviços essenciais.
No caso da operação da Copa do Mundo, dois eixos, a Força de Contingência e setor de Prevenção e Combate ao Terrorismo, só atuarão caso o governador Tarso Genro solicite apoio à presidente Dilma Rousseff. Por exemplo, se for necessário interferir em eventuais protestos mais violentos. "A Brigada Militar cuidará das manifestações e nós vamos agir caso seja pedido. A preocupação é natural da segurança pública. E nós também temos a nossa preocupação", completou. "Naturalmente que nós nos preocupamos para uma eventualidade. Não queremos atuar [nas manifestações]. E até achamos que, em princípio, nós não seremos empregados", ponderou.
G1/montedo.com

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